Considere o texto a seguir para responder os itens de 1 a 13 .
ATENÇÃO!!! O Gabarito encontra-se no final da página!!!
Texto
Nossa vida Lá em casa, a situação estava difícil. O pai tinha ficado desempregado. A mãe achava que qualquer trabalho podia pelo menos pagar a comida. A gente morava em Mambaí, Estado de Goiás. Aí apareceu um emprego numa fazenda pro lado dos Gerais da Bahia, bem perto da fronteira. Fui trabalhar junto com meus irmãos nessa tal fazenda. Era o projeto de um grande banco, apoiado pelo governo.
A fazenda dizia que pagava o salário, mas nunca existiu salário nenhum. No final do mês, tudo que se comia ou se usava era descontado. Não sobrava nada de dinheiro. E a gente era obrigado a trabalhar de sol a sol.
─Trabalho escravo
─ disseram os peões de Mambaí que já tinham passado por isso.
─ Mas usar criança é judiação! ─ falou um dia o dono do bar.
Disseram também que essas fazendas usam crianças como trabalhadores porque fica mais barato. Quatro ou cinco custam o mesmo que um adulto, comem menos, obedecem melhor e cada uma faz o trabalho de gente grande.
O capataz da fazenda dizia que o dinheiro podia sobrar se a gente trabalhasse direito. Ouvi falar de gente que saiu de lá com dívida, mas não com dinheiro.
Se pelo menos a gente estivesse se alimentando bem… Minha mãe não sabia que a comida na fazenda era ruim. Achava que era frescura de criança. Mas não era, não. De manhãzinha, café aguado com pão duro. No almoço, só coisa de entupir ─ macarrão puro ou arroz com farinha.
Pro serviço na fazenda render, o capataz fazia a gente trabalhar firme. Eu tenho catorze anos. Sou forte. Mas meus irmãos e um monte de outras crianças com corpinho fraco faziam serviço pesado de adulto ─ roçar e capinar era duro de lascar, mas a gente ainda aguentava. O pior era carregar carrinhos de mão pesados, cheios de material para a lavoura.
Ninguém tem ideia da vida dura que a gente levava nessa fazenda dos Gerais da Bahia.
(Paula Saldanha. Heróis dos Gerais. São Paulo, FTD, 1998, P. 7-9)
GLOSSÁRIO
apoiado – aprovado.
capataz – chefe.
capinar – limpar as ervas daninhas.
fronteira – divisa entre territórios.
judiação – maldade.
peões – trabalhadores rurais.
roçar – cortar rente.
As questões 01 e 02 referem-se ao trecho abaixo. ─ Trabalho escravo ─ disseram os peões de Mambaí que já tinham passado por isso.
─ Mas usar criança é judiação! ─ falou um dia o dono do bar.
Disseram também que essas fazendas usam crianças como trabalhadores porque fica mais barato.
Questão 01. Assinale a alternativa em que o vocábulo destacado, assim como a palavra “crianças”, é invariável quanto ao gênero, sendo este determinado pelo contexto:
A) As vítimas da situação eram os meninos.
B) Havia jovens procurando emprego na zona rural.
C) Na fazenda, existiam muitas cobras venenosas.
D) Meus irmãos eram mais fracos que eu.
E) Os patrões não pagavam pelo nosso serviço.
Questão 02. Com relação ao sujeito da forma verbal “disseram”, podemos afirmar que:
A) não está expresso, mas entende-se que são os fregueses do bar.
B) está indeterminado, ou seja, o verbo não tem um referente claro.
C) está expresso no texto: “os peões de Mambaí”.
D) está registrado após o verbo: “essas fazendas”.
E) está claro, no parágrafo anterior: “o dono do bar”.
Os itens de 03 a 05 referem-se ao fragmento abaixo:
“ (…) roçar e capinar era duro de lascar, mas a gente ainda aguentava. O pior era carregar carrinhos de mão pesados, cheios de material para a lavoura.”
Questão 03. No trecho acima, o vocábulo “pior”:
A) estabelece uma comparação entre as ações de “carregar carrinhos de mão” e “roçar e capinar”.
B) mostra que carregar “carrinhos de mão” tinha como consequência menos esforço do que roçar.
C) indica que conduzir “carrinhos de mão” era menos pesado para as crianças consideradas frágeis.
D) demonstra que transportar “carrinhos de mão” era tão desgastante quanto capinar na roça.
E) indica que o trabalho das crianças era mais pesado que o dos adultos.
Questão 04 com Exercícios sobre Interpretação de Texto e gramática para o 7 Ano: Observe a informação no final do trecho: “O pior era carregar carrinhos de mão pesados, cheios de material para a lavoura.” Quanto à expressão sublinhada, podemos afirmar que se refere a (ao) (às):
A) “carrinhos de mão”, informando para que eles servem.
B) “material”, informando sua finalidade.
C) narrador, informando o local para onde ele tinha que se dirigir.
D) “carregar”, informando o local para onde eram levados os carrinhos de mão.
E) crianças, informando para onde elas tinham que levar os carrinhos de mão.
Questão 05. Observe o fragmento: “(…) roçar e capinar era duro de lascar, mas a gente ainda aguentava.” A alternativa em que as alterações feitas no trecho não modificam o seu sentido é:
A) embora roçar e capinar fosse extremamente duro, a gente pelo menos aguentava.
B) roçar e capinar era muito duro, mas até agora a gente aguentava.
C) roçar e capinar era tão duro que feria, mas a gente mais uma vez aguentava.
D) roçar e capinar era duro demais, e, ainda por cima, a gente aguentava.
E) ainda que roçar e capinar fosse bastante duro, a gente aguentava mesmo.
Questão 06. Quanto aos personagens, o texto “Nossa vida” focaliza:
A) crianças que trabalham para ajudar a família.
B) adultos que motivam as crianças para o trabalho escravo.
C) crianças que trabalham obrigadas, mas não necessitam.
D) pessoas na zona rural que empregam apenas mão de obra infantil.
E) empregadores que pagam às crianças o que elas merecem.
Questão 07. O trecho em que se registra característica de personagem é:
A) “A gente morava em Mambaí, Estado de Goiás.”
B) “A mãe achava que qualquer trabalho podia pelo menos pagar a comida.”
C) “Se pelo menos a gente estivesse se alimentando bem.”
D) “Minha mãe não sabia que a comida na fazenda era ruim.”
E) “Mas meus irmãos e um monte de outras crianças com corpinho fraco faziam serviço pesado de adulto…”
Questão 08. Em: “E a gente era obrigado a trabalhar de sol a sol”. A alternativa em que se encontra o significado da expressão sublinhada é:
A) do meio-dia até a meia-noite.
B) na maior parte do dia.
C) do início ao final do dia.
D) nas primeiras horas do dia.
E) do fim do dia ao início do outro dia.
Questão 09. No trecho: “Ninguém tem ideia da vida dura que a gente levava nessa fazenda dos Gerais da Bahia”. A palavra dura tem o mesmo sentido do vocábulo grifado em:
A) Esta prova dura 120 minutos.
B) A farda escolar dura uns três anos.
C) O professor disse duras palavras ao aluno sobre a sua conduta.
D) Tenho uma dura missão para resolver no colégio.
E) A carne que serviram na merenda escolar estava dura.
Questão 10. No trecho, “O capataz da fazenda dizia que o dinheiro podia sobrar se a gente trabalhasse direito.” O narrador faz referência à fala do personagem capataz, empregando o discurso indireto. Se o narrador registrasse a fala deste personagem da forma como ele falou (isto é, se empregasse o discurso direto), o trecho seria assim escrito:
A) O capataz da fazenda dizia: que o dinheiro pode sobrar se a gente trabalhar direito.
B) O capataz da fazenda dizia:
─ O dinheiro pode sobrar se vocês trabalharem direito.
C) O capataz da fazenda disse: “O dinheiro sobra se a gente trabalhar direito”.
D) O capataz da fazenda dizia que:
─ O dinheiro pode sobrar se vocês trabalham direito.
E) O capataz da fazenda dizia: “O dinheiro poderia sobrar se você trabalhar direito.”
As questões 11 e 12 referem-se aos trechos abaixo.
l-“Trabalho escravo”. .
II- “Mas usar criança é judiação!”..
Questão 11. Nas frases acima, a fala das personagens indica:
A) pedido.
B) opinião.
C) ironia.
D) ordem.
E) dúvida.
Questão 12. Na fala da personagem da frase II, o verbo “usar” poderia ser substituído sem alteração de sentido por:
A) incentivar.
B) explorar.
C) desprezar.
D) surpreender.
E) assustar.
Questão 13. Em: “Lá em casa, a situação estava difícil. O pai tinha ficado desempregado” No trecho citado, as duas frases podem ser unidas em uma só informação. Para ligar estas frases, conservando o sentido que possuem no texto, substituiríamos o ponto pela vírgula e empregaríamos o vocábulo:
A) e
B) porém
C) pois
D) quando
E) se
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína