Questão 01 sobre Pronomes Pessoais: (Enem–2009)
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.
– A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene!
– comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias.
– Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também – diz Irene, sorrindo. – Já é um custo aguentar a Vera me chamando de Tia o tempo todo. Meu nome é Irene.
Todos sorriem. Irene prossegue: – Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem.
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolçinguística. São Paulo: Contexto, 2003. (Adaptação).
Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado, observa-se o emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto, o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia:
A) pensa que Irene é a jardineira da casa.
B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
C) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.
D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.
E) considera que Irene é uma pessoas mais velha, com a qual não tem intimidade.
Questão 02. (Enem–2009)
Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o Ocidente e o Oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão “presente de grego”.
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Em “puseram-no”, a forma pronominal “no” refere-se:
A) ao termo “rei grego”.
B) ao antecedente “gregos”.
C) ao antecedente distante “choque”.
D) à expressão “muros fortificados”.
E) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.
Questão 03 sobre Pronomes Pessoais: (UFU-MG) Assinale a única alternativa em que a expressão em destaque pode ser substituída por lhe(s).
A) “… ilusão de status quando oferece a todos sonhos de consumo acessíveis a poucos.”
B) “… longe de informarem sobre a real situação da segurança pública nacional, são apresentados como exemplos dos limites da perversidade humana…”
C) “… limitar-se-ia a seus, até então, anônimos personagens, não fosse o sadismo doentio de telespectadores cujo entretenimento diário é assistir a dramas privados expostos em rede nacional de televisão.”
D) “… tais temas talvez fossem um desestímulo ao telespectador a se tornar consumidor…”
Questão 04. (Milton Campos-MG–2010) Observe a colocação pronominal nos fragmentos a seguir:
I. “E atrever-se-ia a nascer o sol…”
II. “É também difícil, ao que nos é dito…”
III. “Não há dúvida que se semearia centeio…”
Considerando-se os padrões da língua culta escrita, pode-se afirmar que o uso da ênclise seria INCORRETO em:
A) I e III, apenas. .
B) II, apenas.
C) I, II e III
D) I, apenas.
Questão 05 sobre Pronomes Pessoais: (CEFET-MG–2011) A alteração na ordem da palavra em destaque promoveu um desvio da norma padrão, EXCETO em:
A) “Já não se encolhe […]”
Já não encolhe-se […]
B) “[…] as pessoas nunca se comunicaram tanto quanto na internet […]”
[…] as pessoas nunca comunicaram-se tanto quanto na internet […]
C) “[…] que se abre de par em par, passando para o outro lado, e se entregando […]”
“[…] que se abre de par em par, passando para o outro lado, e entregando-se […]”
D) “[…] a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que se alastra […]”
[…] a não ser por medo de sair à noite, pela insegurança que alastra-se […]
E) “Encontram-se, em bibliotecas monumentais como a do Congresso americano […]”
Se encontram, em bibliotecas monumentais como a do Congresso americano […]
Questão 06. (UFT–2011) Considere as seguintes afirmações acerca do uso dos pronomes na variedade padrão e em outras variedades do português brasileiro:
I. Em “Se quiser, eu posso lhe levar em casa”, o pronome lhe, principalmente na língua falada, não se refere a ele ou ela, mas sim a você. A mesma lógica pode ser aplicada ao uso que o escrevente fez ao escrever “amo-lhe”.
II. O uso dos pronomes na sentença “Eu te vi ontem na rua, te chamei, mas você não escutou” está de acordo com o que gramática normativa prescreve.
III. De acordo com a variedade padrão, os pronomes oblíquos átonos de terceira pessoa lhe e lhes funcionam como complementos verbais e são próprios do objeto indireto.
IV. Nas variedades não padrão, é comum encontrarem-se usos que diferem da variedade padrão. Um exemplo disso é o uso dos pronomes pessoais ele e ela na posição de complemento verbal, como em “Eu conheci ele ontem”.
Das afirmações anteriores:
A) apenas I está correta.
B) apenas II está correta.
C) apenas II e IV estão corretas.
D) apenas I, II e III estão corretas.
E) apenas I, III e IV estão corretas.
Questão 07. (Enem–2000) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos adiante.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens […].”
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.
Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
A) condenam essa regra gramatical.
B) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
C) criticam a presença de regras na gramática.
D) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
E) relativizam essa regra gramatical.
Questão 08 sobre Pronomes Pessoais: (Enem–1998)
Aí, Galera
Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no entanto, por que não?
– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
– Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares.
– Como é?
– Aí, galera.
– Quais são as instruções do técnico?
– Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação.
– Ahn?
– É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça.
– Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
– Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas?
– Pode.
– Uma saudação para a minha progenitora.
– Como é?
– Alô, mamãe!
– Estou vendo que você é um, um…
– Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação?
– Estereoquê?
– Um chato?
– Isso.
Correio Braziliense, 13 mai. 1998.