Questão 01 sobre Variantes Linguísticas: (Fuvest) Você pode dar um rolé de bike, lapidar o estilo a
bordo de um skate. curtir o sol tropical, levar sua gata para
surfar. Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu reproduzir nesta frase, é correto afrmar que a expressão
proveniente de variedade diversa é:
a) “dar um rolé de bike”.
b) “lapidar o estilo”.
c) “a bordo de um skate”.
d) “curtir o sol tropical”.
e) “levar sua gata para surfar”.
Questão 02. (UEL) Observe os quadrinhos do Menino Maluquinho a seguir:
Em relação aos quadrinhos, considere as seguintes afirmativas:
I – Brincar e explorar o lado lúdico são expressões apresentadas como formas variantes do mesmo significado.
II – Lúcio não aceita o convite para brincar de astronauta porque se considera um intelectual.
III – Nas falas de Lúcio, há, implícito, um conceito de intelectual: aquele que fala difícil ou complica o que é simples.
É correto afirmar:
a) Apenas a afirmativa l é verdadeira.
b) Apenas as afirmativas l e II são verdadeiras.
c) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
d) Apenas as afirmativas l e III são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Questão 03 sobre Variantes Linguísticas: (Encceja/EM-MEC) Leia o texto abaixo:
Os amigos F.V.S., 17 anos, M.J.S., 18 anos, e J.S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão.
‘‘Não ganhamos salário, é ‘de meia’. Metade da produção fica para o dono da terra e metade para a gente.’’
(Folha de São Paulo, 1° jun. 2002)
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão “é de meia” e, logo em seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles:
a) alteram o sentido da expressão.
b) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar.
c) dificultam a comunicação com o repórter.
d) desrespeitam a formação profissional do repórter.
Questão 04. (ENEM) No romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
Não se conformou: devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro no papel do banco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.
Graciliano Ramos. “Vidas Secas”. 91a ed. Rio de Janeiro:Record, 2003.
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:
a) “Não se conformou: devia haver engano”.
b) “e Fabiano perdeu os estribos”.
c) “Passar a vida inteira assim no toco”.
d) “entregando o que era dele de mão beijada!”.
e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou” .
Questão 05 sobre Variantes Linguísticas: (ENEM) Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de posição, seja de complementariedade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só a normas do português de Portugal às normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais às populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidaram em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência
de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIERA, S. R. ; BRANDÃO, S. (orgs) Ensino de gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a:
a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.
b) difusão de português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que caracterizavam uma norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.
Questão 06 sobre Variantes Linguísticas: É comum que em textos publicitários a norma culta seja quebrada. É comum que anúncios voltados à comunicação com o público jovem adotem gírias em seus textos.
Esses fatos ocorrem:
a) porque publicitários não têm formação em língua culta.
b) com o objetivo de criar empatia com o público-alvo.
c) porque erros de revisão são comuns em propagandas.
d) sempre que o anúncio é de baixa qualidade técnica.
e) apenas em revistas de baixa circulação.
Texto para questões 07 e 08:
AULA DE PORTUGUÊS
A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, esquipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, sequestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a priminha.
O português são dois; o outro, mistério.
Carlos Drummond de Andrade. “Esquecer para lembrar”. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Questão 07 sobre Variantes Linguísticas: (ENEM) Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação de usos da linguagem em:
a) situações formais e informais.
b) diferentes regiões do país.
c) escolas literárias distintas.
d) textos técnicos e poéticos.
e) diferentes épocas.
Questão 08 sobre Variantes Linguísticas: (ENEM) No poema, a referência à variedade padrão da língua está expressa no seguinte trecho:
a) “A linguagem / na ponta da língua” (v.1 e 2).
b) “A linguagem / na superfície estrelada de letras” (v.5 e 6).
c) “[a língua] em que pedia para ir lá fora” (v.14).
d) “[a língua] em que levava e dava pontapé” (v.15).
e) “[a língua] do namoro com a priminha” (v.17).
Texto para as questões 09 e 10
O idioma, vivo ou morto?
O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de Pedro Pedreiro o neologismo penseiro, teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário.
Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão segura o tcham. Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.
O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo fcar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação.
O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua. Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de “desletrado”, que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão “vende-se à praso”, em vez de “vende-se a prazo”; ou “meio-dia e meio”, em vez de – como é mesmo?
O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia a dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.
Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afnal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?
SANTOS, Jorge Fernando dos. Estado de Minas. Belo Horizonte.
a) Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o “erro” propriamente dito e a renovação.
b) … não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria.
c) Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores.
d) Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. […] Por isso, é comum ver nas placas a expressão ‘Vende-se à praso”…
a) Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário.
b) Enfim, as gírias e expressões populares […] ajudam a manter a atualidade dos idiomas…
c) O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo…
d) O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua.
Boa noite,Henrique!
O trabalho desenvolvido por você é bem elaborado e sua metodologia extraordinária.
Você me auxiliou muito!
Pessoas como você contribui muito e faz a diferença!
sou muito grata!