Lista com 10 Exercícios de Língua Portuguesa sobre Romantismo no Brasil para o Ensino Médio com Gabarito!
Questão 01. Leia o trecho abaixo, extraído de Navio Negreiro, de Castro Alves, e as alternativas.
ATENÇÃO!!! O Gabarito encontra-se no final da página!!!
“Era um sonho dantesco!… o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!”
Nesse fragmento, o poeta:
I. denuncia a permanência do tráfico de escravos, embora esse tenha sido proibido pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850.
II. descreve a luta dos negros, transportados no navio, contra os seus opressores, apontando para a possibilidade de libertação.
III. usa as exclamações como suporte para o tom de indignação e repúdio ao ato escravocrata.
IV. alude, com a expressão “sonho dantesco” ao “Inferno”, de A Divina Comédia, para enfatizar o drama dos condenados à escravidão.
As afirmativas CORRETAS são:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
Questão 02. (Enem–2009)
O sertão e o sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz de cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do Sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal de avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes passos.
Por toda parte, a melancolia; de todos os lados, tétricas perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida.
TAUNAY, Alfredo. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (Adaptação).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação. Considerando o trecho, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes contribuições do Romantismo para a construção da identidade da nação é a
A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
C) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
D) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
E) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
Questão 03. São características da primeira geração do Romantismo brasileiro, exceto:
a) Exaltação da natureza e da liberdade.
b) Indianismo.
c) Nacionalismo ufanista.
d) Brasileirismo (linguagem).
e) Egocentrismo e individualismo.
Questão 04. (Enem–2010)
Soneto
Já da morte o palor me cobre o rosto, Nos lábios meus o alento desfalece, Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!
Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece… Eis o estado em que a mágoa me tem posto!
O adeus, o teu adeus, minha saudade, Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.
Dá-me a esperança com que o ser mantive! Volve ao amante os olhos por piedade, Olhos por quem viveu quem já não vive!
AZEVEDO, Álvares de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.
O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é:
A) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.
B) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.
C) o descontrole das emoções provocado pela autopiedade.
D) o desejo de morrer como alívio para desilusão amorosa.
E) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.
Questão 05. (Enem–2001) O trecho a seguir é parte do poema “Mocidade e morte”, do poeta romântico Castro Alves:
Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma… Nos seus beijos de fogo há tanta vida… — Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida. Mas uma voz responde-me sombria: Terás o sono sob a lájea fria.
ALVES, Castro. Os melhores poemas de Castro Alves. Seleção de Lêdo Ivo. São Paulo: Global, 1983.
Esse poema, como o próprio título sugere, aborda o inconformismo do poeta com a antevisão da morte prematura, ainda na juventude.
A imagem da morte aparece na palavra
A) embalsama.
B) infinito.
C) amplidão.
D) dormir.
E) sono.
Questão 06. O Romantismo brasileiro encontrou no índio a sua mais autêntica expressão de nacionalidade. Sobre essa fase do Romantismo, é correto afirmar:
I. O indianismo foi uma das principais tendências do Romantismo brasileiro. Destacaram-se, nessa fase, Gonçalves Dias, na poesia, e José de Alencar, na prosa.
II. No indianismo, encontramos elementos como a depressão, o devaneio, o sonho e a perspectiva da morte, características encontradas na poesia de Álvares de Azevedo.
III. Constituiu um painel de estilos diversificados. Cada poeta criava sua própria linguagem, mas todos estavam preocupados com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos.
IV. No indianismo, é comum ver a representação do índio como o “bom selvagem”, bem como o reconhecimento do índio como um símbolo de nacionalidade.
V. Seus principais representantes foram Visconde de Taunay, José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida.
a) I e IV.
b) I, II e IV.
c) II e V.
d) II, III e V.
e) I e III.
Questão 07. Numere a coluna da esquerda, de acordo com a coluna da direita, tendo em vista a poesia romântica brasileira:
1. primeira geração
2. segunda geração
3. terceira geração
( ) abolicionismo
( ) condoreirismo
( ) pena de si próprio
( ) obsessão pela morte
( ) indianismo
( ) nacionalismo
Agora, escolha a alternativa que apresenta a SEQUÊNCIA CORRETA DOS NUMERAIS:
2 – 3 – 2 – 1 – 2 – 1;
1 – 3 – 2 – 1 – 2 – 3;
3 – 2 – 2 – 1 – 2 – 2;
2 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1;
3 – 3 – 2 – 2 – 1 – 1;
Questão 08. Modelo Enem.
Leia o poema para responder à questão.
A estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvia na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
BANDEIRA, Manuel. A estrela. In: Estrela da vida inteira: poesias reunidas. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973, p. 164.
Identifique a característica do poema que demonstra a permanência de elementos do Romantismo na poesia modernista.
a. Nacionalismo
b. Crítica social
c. Indianismo
d. Religiosidade
e. Subjetivismo
O NAVIO NEGREIRO
Castro Alves
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais …
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!…”
Questão 09. Uma característica marcante dos poetas da última fase do Romantismo, á qual pertence Castro Alves, especialmente presente nesse poema é:
a) o uso de versos brancos e livres.
b) o escapismo como temática e proposta.
c) a citação dos poetas barrocos e árcades.
d) o tom declamatório e engajado.
e) a exaltação da pátria somente enaltecendo as qualidades.
Questão 10. No poema “O Navio Negreiro”, Castro Alves expõe a sua indignação diante da situação do negro-escravo e essa obra é uma das muitas manifestações poéticas que, ao longo da nossa Literatura – e desde o Barroco até nossos dias – tiveram um apelo centrado no(a):
a) engajamento nas lutas classistas operárias.
b) revolta contra o colonizador português.
c) comprometimento com a problemática social .
d) indignação com o desgoverno e a impunidade.
e) irreverência diante do descomprometimento social.
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína