Os Conceitos Literários: Textos para as duas próximas atividades:
Texto I: “Pronominais”
Dê-me um cigarro Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
(Oswald de Andrade)
Texto II: “Nos períodos iniciados pelo verbo (que não seja
o futuro), na língua culta, não se abre frase com pronome
oblíquo. Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na
conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita,
quando se deseja reproduzir a fala dos personagens.
Ex.: Me ponho a correr na praia.”
(Domingos P. Cegalla)
Questão 01 sobre os Conceitos Literários: (Vunesp) Os textos I e II tratam do mesmo tema: a colocação pronominal na língua portuguesa. Mas, a função da linguagem é diferente nesses textos porque
a) no I, a linguagem é mais culta do que no II.
b) no I, a linguagem é confusa e no II, é clara.
c) no I, o autor procura embelezar a linguagem e no II, a linguagem é neutra e objetiva.
d) os dois textos apresentam a mesma linguagem, mas o autor do II é mais culto.
e) a linguagem do I é mais complexa do que no II.
Questão 02. (Vunesp) As funções da linguagem predominantes nos textos I e II são, respectivamente,
a) poética (mensagem) e referencial (denotação).
b) poética (receptor) e gramatical (conotação).
c) referencial (denotação) e poética (conotação).
d) referencial (conotação) e fática (código).
e) apelativa (emissor) e metalinguística (mensagem).
Leia o texto:
Sou feliz pelos amigos que tenho. Um deles muito sofre pelo meu descuido com o vernáculo. Por alguns anos ele sistematicamente me enviava missivas eruditas com precisas informações sobre as regras da gramática, que eu não respeitava, e sobre a grafa correta dos vocábulos, que eu ignorava. Fi-lo sofrer pelo uso errado que fiz de uma palavra no último “Quarto de Badulaques”. Acontece que eu, acostumado a conversar com a gente das Minas Gerais, falei em “varreção”, do verbo “varrer”. De fato, tratava-se de um equívoco que, num vestibular, poderia me valer uma reprovação. Pois o meu amigo, paladino da língua portuguesa, se deu ao trabalho de fazer um xerox da página 827 do dicionário ( … ). O certo é “varrição”, e não “varreção”. Mas estou com medo de que os mineiros da roça façam troça de mim, porque nunca os ouvi falar de “varrição”. E se eles rirem de mim não vai me adiantar mostrar-lhes o xerox da página do dicionário (…). Porque para eles não é o dicionário que faz a língua. É o povo. E o povo, lá nas montanhas de Minas Gerais, fala “varreção”, quando não “barreção”. O que me deixa triste sobre esse amigo oculto é que nunca tenha dito nada sobre o que eu escrevo, se é bonito ou se é feio. Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.
(Rubem Alves – http://rubemalves.uol.com.br/quartodebadulaques)
Questão 03 sobre os Conceitos Literários: (Fuvest) Ao manifestar-se quanto ao que seja “correto” ou “incorreto” no uso da língua portuguesa, o autor revela sua preocupação em
a) atender ao padrão culto, em “f-lo”, e ao registro informal, em “varrição”.
b) corrigir formas condenáveis, como no caso de “barreção”, em vez de “varreção”.
c) valer-se o tempo todo de um registro informal, de que é exemplo a expressão “missivas eruditas”.
d) ponderar sobre a validade de diferentes usos da língua, em diferentes contextos.
e) negar que costume cometer deslizes quanto à grafa dos vocábulos.
Questão 04. (Fuvest) O amigo é chamado de “paladino da língua portuguesa” porque
a) costuma escrever cartas em que aponta incorreções gramaticais do autor.
b) sofre com os constantes descuidos dos leitores de “Quarto de Badulaques”.
c) julga igualmente válidas todas as variedades da língua portuguesa.
d) comenta criteriosamente os conteúdos dos textos que o autor publica.
e) é tolerante com os equívocos que poderiam causar reprovação no vestibular.
Questão 05 sobre os Conceitos Literários: (Fuvest) “Toma a minha sopa, não diz nada sobre ela, mas reclama sempre que o prato está rachado.” Considerada no contexto, essa frase indica, em sentido figurado, que, para o autor,
a) a forma e o conteúdo são indissociáveis em qualquer mensagem.
b) a forma é um acessório do conteúdo, que é o essencial.
c) o conteúdo prescinde de qualquer forma para se apresentar.
d) a forma perfeita é condição indispensável para o sentido exato do conteúdo.
e) o conteúdo é impreciso, se a forma apresenta alguma imperfeição.
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01. c;
02. a;
03. d;
04. a;
05. b