Questão 01 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). O uso prolongado de lentes de contato, sobretudo durante a noite, aliado a condições precárias de higiene, representa fatores de risco para o aparecimento de uma infecção denominada ceratite microbiana, que causa ulceração inflamatória da córnea. Para interromper o processo da doença, é necessário tratamento antibiótico. De modo geral, os fatores de risco provocam a diminuição da oxigenação corneana e determinam mudanças no seu metabolismo, de um estado aeróbico para anaeróbico. Como decorrência, observa-se a diminuição no número e na velocidade de mitoses do epitélio, o que predispõe ao aparecimento de defeitos epiteliais e à invasão bacteriana.
CRESTA, F. Lente de contato e infecção ocular. Revista Sinopse de Oftalmologia. São Paulo: Moreira Jr., v. 4, n.º 4, 2002 (adaptado).
A instalação das bactérias e o avanço do processo infeccioso na córnea estão relacionados a algumas características gerais desses microrganismos, tais como:
(A) a grande capacidade de adaptação, considerando as constantes mudanças no ambiente em que se reproduzem, e o processo aeróbico, como a melhor opção desses microrganismos para a obtenção de energia.
(B) a grande capacidade de sofrer mutações, aumentando a probabilidade do aparecimento de formas resistentes, e o processo anaeróbico da fermentação, como a principal via de obtenção de energia.
(C) a diversidade morfológica entre as bactérias, aumentando a variedade de tipos de agentes infecciosos, e a nutrição heterotrófica, como forma de esses microrganismos obterem matéria-prima e energia.
(D) o alto poder de reprodução, aumentando a variabilidade genética dos milhares de indivíduos, e a nutrição heterotrófica, como única forma de obtenção de matéria-prima e energia desses microrganismos.
(E) o alto poder de reprodução, originando milhares de descendentes geneticamente idênticos entre si, e a diversidade metabólica, considerando processos aeróbicos e anaeróbicos para a obtenção de energia.
Questão 02 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). Estima-se que haja atualmente no mundo 40 milhões de pessoas infectadas pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo que as taxas de novas infecções continuam crescendo, principalmente na África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma vacina contra o HIV teria imenso impacto, pois salvaria milhões de vidas. Certamente seria um marco na história planetária e também uma esperança para as populações carentes de tratamento antiviral e de acompanhamento médico.
TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids: desafios e esperanças. Ciência Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:
(A) induzir a imunidade, para proteger o organismo da contaminação viral.
(B) ser capaz de alterar o genoma do organismo portador, induzindo a síntese de enzimas protetoras.
(C) produzir antígenos capazes de se ligarem ao vírus, impedindo que este entre nas células do organismo humano.
(D) ser amplamente aplicada em animais, visto que esses são os principais transmissores do vírus para os seres humanos.
(E) estimular a imunidade, minimizando a transmissão do vírus por gotículas de saliva.
Questão 03 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). A vacina, o soro e os antibióticos submetem os organismos a processos biológicos diferentes. Pessoas que viajam para regiões em que ocorrem altas incidências de febre amarela, de picadas de cobras peçonhentas e de leptospirose e querem evitar ou tratar problemas de saúde relacionados a essas ocorrências devem seguir determinadas orientações.
Ao procurar um posto de saúde, um viajante deveria ser orientado por um médico a tomar preventivamente ou como medida de tratamento
(A) antibióticos contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e vacina contra a leptospirose.
(B) vacina contra o vírus da febre amarela, soro antiofídico caso seja picado por uma cobra e antibiótico caso entre em contato com a Leptospira sp.
(C) soro contra o vírus da febre amarela, antibiótico caso seja picado por uma cobra e soro contra toxinas bacterianas.
(D) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da febre amarela como para veneno de cobras, e vacina contra a leptospirose.
(E) soro antiofídico e antibiótico contra a Leptospira sp e vacina contra a febre amarela caso entre em contato com o vírus causador da doença.
Questão 04 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). Os sintomas mais sérios da gripe A, causada pelo vírus H1N1, foram apresentados por pessoas mais idosas e por gestantes. O motivo aparente é a menor imunidade desses grupos contra o vírus. Para aumentar a imunidade populacional relativa ao vírus da gripe A, o governo brasileiro distribuiu vacinas para os grupos mais suscetíveis.
A vacina contra o H1N1, assim como qualquer outra vacina contra agentes causadores de doenças infectocontagiosas, aumenta a imunidade das pessoas porque:
a) possui anticorpos contra o agente causador da doença.
b) possui proteínas que eliminam o agente causador da doença.
c) estimula a produção de glóbulos vermelhos pela medula óssea.
d) possui linfócitos B e T que neutralizam o agente causador da doença.
e) estimula a produção de anticorpos contra o agente causador da doença.
Questão 05 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). Durante as estações chuvosas, aumentam no Brasil as campanhas de prevenção à dengue, que têm como objetivo a redução da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue.
Que proposta preventiva poderia ser efetivada para diminuir a reprodução desse mosquito?
(A) Colocação de telas nas portas e janelas, pois o mosquito necessita de ambientes cobertos e fechados para a sua reprodução.
(B) Substituição das casas de barro por casas de alvenaria, haja vista que o mosquito se reproduz na parede das casas de barro.
(C) Remoção dos recipientes que possam acumular água, porque as larvas do mosquito se desenvolvem nesse meio.
(D) Higienização adequada de alimentos, visto que as larvas do mosquito se desenvolvem nesse tipo de substrato.
(E) Colocação de filtros de água nas casas, visto que a reprodução do mosquito acontece em águas contaminadas.
Questão 06 sobre Microorganismos: (ENEM-MEC). O vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) causa o aparecimento de verrugas e infecção persistente, sendo o principal fator ambiental do câncer de colo de útero nas mulheres. O vírus pode entrar pela pele ou por mucosas do corpo, o qual desenvolve anticorpos contra a ameaça, embora em alguns casos a defesa natural do organismo não seja suficiente. Foi desenvolvida uma vacina contra o HPV, que reduz em até 90% as verrugas e 85,6% dos casos de infecção persistente em comparação com pessoas não vacinadas.
Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 12/6/2011.
O benefício da utilização dessa vacina é que pessoas vacinadas, em comparação com as não vacinadas, apresentam diferentes respostas ao vírus HPV em decorrência da(o)
(A) alta concentração de macrófagos.
(B) elevada taxa de anticorpos específicos anti-HPV circulantes.
(C) aumento na produção de hemácias após a infecção por vírus HPV.
(D) rapidez na produção de altas concentrações de linfócitos matadores.
(E) presença de células de memória que atuam na resposta secundária.
Texto para as questões de 7 a 9.
Volta à estaca zero
Especialistas suecos admitem erro em estudo e invalidam pesquisa que prometia um tratamento menos agressivo contra o câncer de mama
Radiografia de mama: a detecção precoce continua sendo a arma mais eficaz contra o câncer.
Foi um balde de água fria. Em 2009 e 2010, veículos de comunicação de todo o mundo repercutiram com entusiasmo os resultados de uma pesquisa que identificara uma nova droga, capaz de ajudar as pacientes com câncer de mama que não conseguem se beneficiar do uso do tamoxifeno, tratamento menos agressivo do que a quimioterapia e que costuma ser eficiente em 70% dos casos.
No fim de 2010, veio a decepção: os próprios pesquisadores, da Suécia, publicaram uma nota em que retrataram o estudo, afirmando que suas conclusões não eram válidas. Explica-se: revisando seus achados, eles perceberam que os arquivos do Excel responsáveis pelos principais resultados continham sérios erros de cálculo. Assim, os cientistas voltaram à estaca zero.
O erro dizia respeito a uma pesquisa para beneficiar 30% de mulheres que não conseguem resultados no tratamento com o tamoxifeno. Funciona assim: a maioria dos cânceres de mama só se desenvolve sob o efeito de estrógenos, os principais hormônios sexuais femininos, responsáveis pela mudança do formato do corpo na adolescência, pelo ciclo menstrual e pela fertilidade, e também presentes em anticoncepcionais. Os estrógenos agem nas células cancerígenas, estimulando o desenvolvimento do tumor.
O tratamento atualmente mais comum contra esse tipo de câncer utiliza o tamoxifeno, que tem a propriedade de bloquear os receptores de estrógeno na parede celular das células cancerígenas. Esses receptores, localizados na membrana, são responsáveis pelo reconhecimento de moléculas que agem em cada tipo de célula, como o estrógeno.
Na prática, é como se o tamoxifeno entupisse o buraco pelo qual a molécula entraria, o que acaba impedindo o câncer de se desenvolver. No entanto, o tratamento não funciona em aproximadamente 30% dos casos, nos quais o câncer cresce mesmo sem o efeito do estrógeno — esses casos, em geral mais agressivos, são tratados por meio da quimioterapia.
Em seu estudo, os pesquisadores acreditavam ter descoberto uma proteína, batizada de Wnt-5a, capaz de criar receptores de estrógeno na membrana das células que normalmente não os têm. Assim, as células cancerígenas se tornariam vulneráveis ao tamoxifeno.
Usando uma molécula sintética similar à Wnt-5a, à qual chamaram Foxy5, os pesquisadores fizeram testes com células in vitro e com ratos cancerosos. Em ambos os casos, pensaram ter obtido sucesso — até revisarem o estudo e perceberem os erros de cálculo que invalidaram os resultados.
Assim, um ano após a massiva divulgação da pesquisa, os autores enviaram uma nota para as revistas Proceedings of the National Academy of Sciences e Cel Cycle, explicando o ocorrido e pedindo a retratação dos artigos, por conterem informações incorretas. No entanto, a retratação do estudo não mereceu o mesmo nível de repercussão na imprensa mundial, o que implica o risco de pessoas por todo o planeta ainda depositarem suas expectativas nesse prometido tratamento.
Por outro lado, há estudos e dados que comprovam os efeitos antimetastáticos da Foxy5, que podem subsidiar o desenvolvimento de medicamentos para conter a metástase dos cânceres.
Por ora, os cientistas continuarão investindo nessa linha de investigação e descartarão a possibilidade de progredir nas pesquisas sobre a associação da Foxy5 e do tratamento com tamoxifeno, pois não há base confiável para futuros estudos.
Não foi desta vez que as pacientes com o tipo de câncer que mais mata no Brasil puderam ter uma nova esperança de cura. A incidência da doença continua crescendo, em razão de mudanças no estilo de vida das mulheres, que têm menos filhos e amamentam menos, o que altera seu ciclo hormonal.
Questão 07 sobre Microorganismos: (AED-SP). O tamoxifeno atua sobre uma estrutura da membrana plasmática, impedindo sua função normal. Qual é seu nome e sua função?
Questão 08 sobre Microorganismos: (AED-SP). É possível dizer que o tamoxifeno já é capaz de curar todos os casos de câncer de mama? Justifique.
Questão 09 sobre Microorganismos: (AED-SP). Baseado no texto, é possível afirmar que:
(A) o tamoxifeno é um medicamento indicado para o tratamento de qualquer tipo de câncer, pois inibe a ação do hormônio estrógeno em todas as células do organismo feminino.
(B) o tamoxifeno só atua em 30% das mulheres com câncer de mama.
(C) a membrana plasmática das células mamárias apresenta receptores de estrógeno que podem ser bloqueados pelo tamoxifeno.
(D) o hormônio feminino estrógeno inibe o desenvolvimento de células tumorais quando se liga aos seus receptores de membrana.
(E) os tumores mais agressivos são aqueles que apresentam maior número de receptores de estrógeno em suas membranas.
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- Microbiologia e Parasitologia;
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Gabarito comas respostas do melhor simulado sobre Microorganismos para Enem e Vestibular:
Resposta da Questão 01. E;
Resposta da Questão 02. A;
Resposta da Questão 03. B;
Resposta da Questão 04. E;
Resposta da Questão 05. C;
Resposta da Questão 06. E;
Resposta da Questão 07. Ele é chamado de receptor de membrana, estrutura responsável pelo reconhecimento de moléculas que agem em cada tipo de célula, como o hormônio estrógeno. As moléculas se ligam aos receptores, desencadeando um efeito específico na célula.
Resposta da Questão 08. Não, porque ainda faltam testes para verificar como essas drogas agem em seres humanos. Os testes em cobaias nunca são definitivos.
Resposta da Questão 09. C;
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína