Lista com 20 Exercícios de Língua Portuguesa sobre Interpretação de Textos para o 8º Ano do Ensino Fundamental com Gabarito!
ATENÇÃO!!! O Gabarito encontra-se no final da página!!!
Dicas que podem lhe ajudar a ter uma boa interpretação de texto:
Para ter uma boa interpretação de textos é importante ler o texto com atenção e concentração para entender todos os detalhes e nuances do conteúdo. Busque identificar as ideias principais do texto para entender o seu propósito e o que o autor está tentando lhe dizer. Identificar sempre os elementos discursivos, como argumentos, personagens, conflitos etc. para entender como eles contribuem para a mensagem geral do texto. Procure importante analisar criticamente o texto, levando em conta a perspectiva do autor, as intenções e a validade das argumentações apresentadas.
Leia o texto e responda às atividades de 01 a 04 sobre Interpretação de Textos para o 8º Ano:
SÃO OS HORMÔNIOS QUE FALAM POR ELE
O “não” que o jovem diz aos adultos é muitas vezes mera reação química
Uma das principais características aparentes da adolescência é que é nessa fase que o garoto começa a dizer “não”. Mais do que isso. O “não” é a sua resposta pronta a todas as perguntas. “Quer tomar banho?” “Não.” “Vista um agasalho porque está frio.” “Não.” “Vá fazer o dever de casa.” “Não.” É necessário pensar um pouco sobre o significado desse “não”. Não se trata apenas de uma resposta recorrente. É mais do que isso. O “não” organiza o mundo interno de um adolescente. O cérebro de um rapaz nessa fase é como um exército repentinamente surpreendido pelo ataque de um inimigo – no caso, os pais com suas ordens. Apanhados distraídos no acampamento, os soldados desse batalhão precisam de um tempo para se preparar para o combate. O “não” faz com que eles ganhem tempo para essa preparação. Defendido e organizado, o comandante desse exército – seu filho – poderá até tomar banho, vestir o agasalho ou fazer o dever de casa. Mas ele fará isso porque ELE quer. Afinal, o adolescente não é mais uma criança que apenas obedece a ordens. Ele está na fase de questionar, entender e aceitar apenas o que julgar justo ou coerente. Mesmo que sua percepção do que seja “justiça” ou “coerência” pareça completamente amalucada.
Questão 01. A adolescência é um período de muitos questionamentos. Segundo o texto, por que o adolescente sempre se opõe a tudo o que lhe é dito?
A) Porque ele sempre se opõe a tudo, uma vez que não consegue compreender os adultos.
B) Porque não é mais criança e não obedece a ordens.
C) Porque ele precisa de um tempo para pensar melhor sobre o assunto, enquanto desvenda as frequentes “investidas dos adultos”.
D) Porque ele tem a percepção prejudicada pelos hormônios.
Questão 02. Como se explica que o adolescente, às vezes, acate as ordens dos pais?
A) Porque ele pode ter interesse pela proposta feita pelos pais. Então, ele analisa e toma suas próprias decisões, que podem coincidir com o que os pais desejam.
B) Porque, às vezes, ele é apanhado distraído.
C) Porque, às vezes, ele teme as reações dos pais.
D) Porque, às vezes, ele sente-se inseguro e concorda com os pais.
Questão 03. De acordo com o texto, a atitude de independência do jovem é normal?
A) Não, pois o adolescente não é um adulto e não precisa assumir responsabilidades.
B) Sim, pois o adolescente já é praticamente um adulto, mas não precisa assumir suas opções.
C) Não, pois o adolescente age apenas por impulso, “bombardeado” pelos hormônios.
D) Sim, pois o adolescente já é praticamente um adulto, precisa fazer suas opções e assumi-las.
Questão 04. “Anda logo, que você já está atrasado!” Em que pessoa gramatical essa forma do imperativo está conjugada?
A) Ela está conjugada na 2ª pessoa do singular.
B) Ela está conjugada na 3ª pessoa do singular.
C) Ela está conjugada na 2ª pessoa do plural.
D) Ela está conjugada na 1ª pessoa do plural.
Leia o texto para responder às atividades de 05 a 08 sobre Interpretação de Textos para o 8º Ano:
A bola
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
– Como é que liga? – perguntou.
– Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
– Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são decididamente outros.
– Não precisa de manual de instrução.
– O que é que ela faz?
– Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
– O quê?
– Controla, chuta…
– Ah, então é uma bola.
– Claro que é uma bola.
– Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
– Você pensou que fosse o quê?
– Nada não.
O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da máquina.
O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
– Filho, olha.
O garoto disse “Legal”, mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a garotada se interessar.
(VERISSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 41 e 42)
Questão 05. O menino reconhece, finalmente, o brinquedo que lhe é oferecido: “- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.” Tanto a repetição da palavra “bola” quanto o uso do termo “mesmo” visam:
(a) declarar que aquele era o objeto que ele pensava.
(b) reforçar o desapontamento do menino diante da bola.
(c) apontar a alegria do personagem por ter ganhado a bola.
(d) indicar a surpresa do menino ao ver o objeto que ganhara.
(e) constatar que o objeto era mais interessante do que havia pensado.
Questão 06. “O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido.” Os termos em destaque indicam que o:
(a) pai reconheceu no filho a habilidade e o talento para o futebol.
(b) pai achou que o filho não se interessava por nada ligado a futebol.
(c) menino destruiu um time de monstrinhos chamado de Monster Ball.
(d) menino revelou sua excelente coordenação quando ensaiou algumas embaixadinhas.
(e) menino manejava bem os controles do videogame, embora não tenha se interessado pela bola de plástico.
Questão 07. “O pai segurou a bola com as mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro do couro.” O ato de cheirar a bola que, segundo ele não cheirava a nada, adquire no contexto um outro sentido, não ligado ao olfato. Na situação em que se encontra, o gesto do pai nos leva a concluir que ele está em busca de algo mais. Ele tenta resgatar:
(a) a intimidade com o filho.
(b) uma bola número 5 oficial.
(c) as lembranças da própria infância.
(d) a importância de ter uma bola de couro.
(e) a beleza de uma bola que agora é de plástico.
Questão 08. Assinale a opção em que se percebe claramente um tom de ironia.
(a) “- Não se liga.”
(b) “- Ela não faz nada.”
(c) “- Não precisa de manual de instrução.”
(d) “O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse ‘Legal!’.”
(e) “Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês…”
Questão 09. Leia o texto a seguir.
Enquanto toma seu café da manhã numa padaria, um homem observa um sujeito que pinta um muro do outro lado da rua. Ele nota que o pintor faz seu trabalho cada vez mais rápido e queria saber o___________ dessa pressa. Pintava de qualquer maneira ____________? Ao terminar sua refeição, o homem, curioso, vai conversar com o pintor: — ____________ você está pintando o muro cada vez mais rápido? — ____________ a lata de tinta está no fim, tenho que pintar o muro antes que ela acabe! Entendeu ___________ tenho que ser ligeiro? (Gabriel Barazal. Piadas para rachar o bico – Proibido para adultos. São Paulo: Fundamento, 2010, p.31.)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do texto de Gabriel Barazal.
a) porque – por quê – Por que – Por quê – por que.
b) porquê – por quê – Por que – Porquê – por que.
c) por quê – porquê – Porque – Por que – por quê.
d) porquê – por que – Por que – Porque – porque.
e) porquê – por quê – Por que – Porque – por que.
Questão 10. (EEM–SP) Assinale a alternativa correta após leitura e análise do trecho a seguir.
“Assim é que, se um homem de Estado escrever e publicar as suas memórias, tão sem escrúpulo, que lhes não falte nada, nem confissões, amores particularíssimos e inconfessáveis, verá que escândalo levanta o livro. […] Mas deixai pingar os anos na cuba de um século. Cheio o século, passa o livro a documento histórico, psicológico, anedótico”. (Machado de Assis)
a) O sujeito dos verbos escrever e publicar é “um homem de Estado”.
b) O verbo levantar forma oração com sujeito inexistente.
c) O sujeito do verbo pingar é oculto ou desinencial (tu).
d) O núcleo do sujeito dos verbos escrever e publicar é “Estado”.
e) O sujeito do verbo passar é o século.
Leia o texto abaixo para responder às atividades de 11 a 15.
Vá às compras e salve o mundo Finalmente, um discurso sustentável vem absolver nosso pecado favorito: o consumismo. Entenda aqui como é possível se esbaldar nas lojas sem poluir o ambiente. A resposta está na árvore ao seu lado. Sabine Righetti e Karin Hueck.Não ande de carro, não coma carne, não produza lixo, não gaste água e nem ouse ter filhos. Poucas coisas são tão negativas (e chatas) quanto o discurso ecológico radical, que prega que devemos fazer de tudo para causar o menor estrago possível ao ambiente. Não é à toa que muitos não aguentam mais ouvir falar no assunto. Mas finalmente uma nova proposta percebeu que fazer “menos mal” ao planeta ainda não é o suficiente – é preciso não causar mal algum. (Afinal, gastar menos água ainda é gastar água.) E o melhor: esse novo discurso alivia a consciência dos ecopecadores. Com ele poderemos – não, melhor, precisaremos – fazer compras à vontade, porque assim estaremos também salvando o planeta. Já que empresas sempre vão procurar o lucro e as pessoas sempre vão querer o novo iPod ou a TV de led, o jeito é fazer isso combinar com sustentabilidade. E como isso seria possível? Imitando a natureza e reciclando os produtos eternamente. Parece difícil, mas já está acontecendo – e vai exigir uma mudança de hábito comparável à Revolução Industrial, envolvendo empresas, cidades, casas e pessoas.
[…] Superinteressante, Edição Verde, dez. 2011, n. 286, p. 72-73.
Questão 11. Nesse texto, os parênteses são usados para:
A) adicionar informações.
B) contrastar dados.
C) introduzir comentários.
D) justificar afirmações.
Questão 12. A aproximação entre as autoras e os leitores ocorre devido:
A) à maneira superficial como o assunto é tratado.
B) à pressuposição de que o tema é conhecido.
C) ao direcionamento ao leitor por meio da linguagem.
D) ao tom agressivo utilizado no interior do texto.
Questão 13. Em “Não ande de carro, não coma carne, não produza lixo, não gaste água e nem ouse ter filhos.”, a sequência de frases negativas reproduz o:
A) desespero diante do consumismo.
B) negativismo dos cientistas atuais.
C) pessimismo do mundo moderno.
D) radicalismo de ecologistas extremistas.
Questão 14. No fragmento “…quanto o discurso ecológico radical,…”, a palavra destacada introduz ideia de:
A) acréscimo.
B) comparação.
C) consequência.
D) proporção.
Questão 15. No trecho “…o jeito é fazer isso…”, o pronome em destaque refere-se à ideia de:
A) alívio da consciência e poluição.
B) imitação da natureza e reciclagem.
C) procura do lucro e consumo.
D) salvação do planeta e sustentabilidade.
Leia o texto abaixo para responder às atividades de 16 a 20.
O homem trocado (Luís Fernando Veríssimo)
O homem acorda da anestesia e olha em volta. Ainda está na sala de recuperação. Há uma enfermeira do seu lado. Ele pergunta se foi tudo bem.
– Tudo perfeito – diz a enfermeira, sorrindo.
– Eu estava com medo desta operação…
– Por quê? Não havia risco nenhum.
– Comigo, sempre há risco. Minha vida tem sido uma série de enganos…
E conta que os enganos começaram com seu nascimento. Houve uma troca de bebês no berçário e ele foi criado até os dez anos por um casal de orientais, que nunca entenderam o fato de terem um filho claro com olhos redondos. Descoberto o erro, ele fora viver com seus verdadeiros pais. Ou com sua verdadeira mãe, pois o pai abandonara a mulher depois que esta não soubera explicar o nascimento de um bebê chinês.
– E o meu nome? Outro engano.
– Seu nome não é Lírio?
– Era para ser Lauro. Se enganaram no cartório e…
Os enganos se sucediam. Na escola, vivia recebendo castigo pelo que não fazia. Fizera o vestibular com sucesso, mas não conseguira entrar na universidade. O computador se enganara, seu nome não apareceu na lista.
– Há anos que a minha conta do telefone vem com cifras incríveis. No mês passado tive que pagar mais de R$ 3 mil.
– O senhor não faz chamadas interurbanas?
– Eu não tenho telefone!
Conhecera sua mulher por engano. Ela o confundira com outro. Não foram felizes.
– Por quê?
– Ela me enganava.
Fora preso por engano. Várias vezes. Recebia intimações para pagar dívidas que não fazia. Até tivera uma breve, louca alegria, quando ouvira o médico dizer:
– O senhor está desenganado.
Mas também fora um engano do médico. Não era tão grave assim. Uma simples apendicite.
– Se você diz que a operação foi bem…
A enfermeira parou de sorrir.
– Apendicite? – perguntou, hesitante.
– É. A operação era para tirar o apêndice.
– Não era para trocar de sexo?
Analisando a crônica
Questão 16. Os trechos abaixo apresentam três momentos do texto. Coloque esses momentos na ordem em que eles aparecem no texto.
A- Retorno à situação inicial e apresentação do elemento surpresa que desencadeia o humor.
B- Relato detalhado da série de enganos pelos quais passou o personagem, desde o nascimento até o momento atual.
C- Apresentação dos personagens que dialogam e da indicação do lugar onde eles estão.
Questão 17. O que deu errado em cada um destes momentos da vida do narrador?
No nascimento – No registro do nome – Na escola – No vestibular – No casamento
Questão 18. Os problemas vividos pelo personagem da crônica são todos improváveis, absurdos?
Questão 19. O personagem narra fatos desagradáveis ocorridos em sua vida mas, em certo momento deixamos de nos compadecer e passamos a rir dos acontecimentos. O que provoca esse efeito?
Questão 20. Que elementos o cronista utilizou para gerar humor no texto?
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína