Questão 01 sobre Intertextualidade exercícios: (Enem–1999) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos:
I. Quando nasci, um anjo torto
Desses que vivem na sombra
Disse: Vai Carlos! Ser gauche na vida
ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964.
II. Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fm.
BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989.
III. Quando nasci um anjo esbelto
Desses que tocam trombeta, anunciou:
Vai carregar bandeira.
Carga muito pesada pra mulher
Esta espécie ainda envergonhada.
PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por:
A) reiteração de imagens.
B) oposição de ideias.
C) falta de criatividade.
D) negação dos versos.
E) ausência de recursos.
Instrução: Textos para a questão 02
Texto I
Pra que mentir?
Pra que mentir se tu ainda não tens
Esse dom de saber iludir?
Pra quê?! Pra que mentir
Se não há necessidade de me trair?
Pra que mentir, se tu ainda não tens
A malícia de toda mulher?
Pra que mentir
se eu sei que gostas de outro
Que te diz que não te quer?
Pra que mentir
Tanto assim
Se tu sabes que eu já sei
Que tu não gostas de mim?!
Se tu sabes que eu te quero
Apesar de ser traído
Pelo teu ódio sincero
Ou por teu amor fingido?!
ROSA, Noel. VADICO. Disponível em: <http://letras.terra.com.br/noel-rosa-musicas/125753/>. Acesso em: 10 fev. 2011.
Texto II
Dom de iludir
Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia de ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim
Você sabe explicar
Você sabe entender
Tudo bem
Você está, você é
Você faz, você quer
Você tem
Você diz a verdade
A verdade é seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher
Vá viver sem mentir?
VELOSO, Caetano. Disponível em: <http://www.caetanoveloso.com.br/sec_discogra_letra.php?language=pt_BR&id=259>. Acesso em: 10 fev. 2011.
Questão 02. A releitura da canção de Noel Rosa feita por Caetano Veloso:
A) valoriza a infidelidade feminina.
B) defende a efemeridade contida no discurso feminino.
C) defende o caráter dissimulado do discurso feminino.
D) condena o caráter persuasivo contido no discurso feminino.
E) condena a astúcia feminina.
Questão 03 sobre Intertextualidade exercícios: (PUC Minas) A passagem de Pau-Brasil em que a intertextualidade e a metalinguagem são utilizadas simultaneamente é:
A) Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado teiado
E vão fazendo telhados
B) No Pão de Açúcar
De Cada Dia
Dai-nos Senhor
A Poesia
De Cada Dia
C) Aprendi com meu filho de dez anos
Que a poesia é a descoberta
Das coisas que nunca vi
D) Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
Questão 04. (ITA-SP–2011) O poema, “Gioconda (Da Vinci)”, de Carlos Drummond de Andrade, refere-se a uma célebre tela renascentista:
O ardiloso sorriso
alonga-se em silêncio
para contemporâneos e pósteros
ansiosos, em vão, por decifrá-lo.
Não há decifração. Há o sorriso.
In: Farewell. Rio de Janeiro: Record, 1996. NÃO se pode afirmar que o poema
A) faz uso de metalinguagem num sentido amplo, pois é uma obra de arte que fala de outra.
B) procura se inserir no debate que a tela Gioconda provoca desde a Renascença.
C) mostra que são inúmeros os significados do sorriso da Gioconda.
D) garante não haver razão alguma para a polêmica, como diz o último verso.
E) ilustra a polissemia de obras de arte, inclusive do próprio poema.
Questão 05 sobre Intertextualidade exercícios: (PUC Minas–2008 / Adaptado)
Até tu, Brutus?!
Sim, foi este o modo como eu quis anunciar que – que Macabéa morreu. Vencera o Príncipe das Trevas. Enfim a coroação.
Qual foi a verdade de minha Maca? Basta descobrir a verdade que ela logo já não é mais: passou o momento. Pergunto: o que é? Resposta: não é. Mas que não se lamentem os mortos: eles sabem o que fazem. Eu estive na terra dos mortos e depois do terror tão negro ressurgi em perdão. Sou inocente! Não me consumam! Não sou vendável! Ai de mim, todo na perdição e é como se a grande culpa fosse minha. Quero que me lavem as mãos e os pés e depois – depois que os untem com óleos santos de tanto perfume. Ah que vontade de alegria. Estou agora me esforçando para rir em grande gargalhada. Mas não sei por que não rio. A morte é um encontro consigo. Deitada, morta, era tão grande como um cavalo morto. O melhor negócio é ainda o seguinte: não morrer, pois morrer é insuficiente, não me completa, eu que tanto preciso.
Macabéa me matou.
Ela estava enfim livre de si e de nós. Não vos assusteis, morrer é um instante, passa logo, eu sei porque acabo de morrer com a moça. Desculpai-me esta morte.
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Leia os trechos a seguir:
I. Até tu, Brutus?
II. Quero que me lavem as mãos e os pés e depois – depois que os untem com óleos santos de tanto perfume.
III. Desculpai-me esta morte.
Há exemplo de referência intertextual em:
A) apenas I.
B) apenas II.
C) I e II.
D) II e III.
Questão 06 sobre Intertextualidade exercícios: (PUC Minas)
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Se considerarmos que Tomás Antônio Gonzaga é autor do verso “Eu tenho um coração maior que o mundo”, podemos afirmar que, nos dois versos de Drummond transcritos, existe:
A) mera cópia do verso de Tomás Antônio Gonzaga.
B) plágio visível do verso de Tomás Antônio Gonzaga.
C) intertextualidade flagrante com o verso de Tomás Antônio Gonzaga.
D) apropriação indevida do verso de Tomás Antônio Gonzaga.
Questão 07 sobre Intertextualidade exercícios: (UNIFESP) Esta questão relaciona-se a uma passagem bíblica e a um trecho da canção “Cálice”, realizada em1973, por Chico Buarque (1944-) e Gilberto Gil (1942-).
Texto bíblico
Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não a
minha vontade, mas a tua seja feita! (Lucas, 22)
In: Bíblia de Jerusalém. 7ª impressão.
São Paulo: Paulus, 1995.
Trecho de canção
Pai, afasta de mim esse cálice!
Pai, afasta de mim esse cálice!
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue.
Como beber dessa bebida amarga,
Tragar a dor, engolir a labuta,
Mesmo calada a boca, resta o peito,
Silêncio na cidade não se escuta.
De que me vale ser flho da santa,
Melhor seria ser flho da outra,
Outra realidade menos morta,
Tanta mentira, tanta força bruta.
Disponível em: <www.uol.com.br/chicobuarque/>.
Um texto pode se revelar, na forma e / ou no conteúdo, como absorção e transformação de um ou mais textos. Por isso, quando ele é lido, algumas de suas partes podem lembrar o que já foi lido em outro(s) texto(s). A essa relação de semelhança e superposição de um texto a outro dá-se o nome de intertextualidade. Inúmeros autores extraem desse procedimento interessantes efeitos artísticos. Comparando-se a primeira estrofe de “Cálice” com o texto bíblico, pode-se afirmar CORRETAMENTE que :
A) ocorre intertextualidade porque a estrofe contém, na forma e no conteúdo, parte da passagem evangélica.
B) não há intertextualidade porque, na estrofe, foi omitida a outra frase atribuída a Jesus.
C) não há intertextualidade porque, na estrofe, não há menção ao sentido condicional presente na primeira frase atribuída a Jesus.
D) ocorre intertextualidade, mas apenas quanto aos elementos morfossintáticos da frase atribuída a Jesus.
E) não há intertextualidade porque a estrofe transforma, semanticamente, a passagem evangélica, dando-lhe uma conotação política.
Questão 08 sobre Intertextualidade exercícios: (UnB-DF) A comparação entre textos é uma habilidade de leitura analítica. A partir do confronto desses dois poemas, JULGUE os itens que se seguem: