Questão 01 sobre os Povos Africanos: (UFMG) Congregando segmentos variados da população pobre ou dirigindo-se às áreas de mineração, onde se concentravam enormes contingentes de escravos, as vendeiras e negras de tabuleiro seriam constantemente acusadas de responsabilidade direta no desvio de jornais, contrabando de ouro e diamantes, prática de prostituição e ligação com os quilombos. FIGUEIREDO, Luciano. O avesso da memória: cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
A partir da leitura e análise desse trecho, é CORRETO afirmar que a escravidão nas Minas Gerais se caracterizava por: A) um perfil rural e patriarcal, o que fazia com que as cativas e as forras ficassem reclusas, em casa, sob controle masculino.
B) uma comunidade igualitária, o que se expressava na liberdade com que os negros circulavam pelas ruas.
C) uma grande diversidade de formas de exploração do trabalho escravo, situação característica de um contexto mais urbano.
D) uma relativa flexibilidade, o que se expressava no livre trânsito dos comerciantes entre as cidades e os quilombos.
Questão 02. (PUC Rio–2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América Portuguesa, estão corretas as afirmações a seguir, à EXCEÇÃO de uma. Indique-a.
A) O início do processo de colonização na América Portuguesa foi marcado pela utilização dos índios – denominados “negros da terra” – como mão de obra.
B) Na América Portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão de obra escrava africana, seja em áreas ligadas à agroexportação, como o Nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII.
C) A partir do século XVI, com a introdução da mão de obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América Portuguesa.
D) Em algumas regiões da América Portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”.
E) Nas cidades coloniais da América Portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”.
Questão 03 sobre os Povos Africanos: (FUVEST-SP) No Brasil Colonial, a escravidão caracterizou-se essencialmente:
A) por sua vinculação exclusiva ao sistema agrário exportador.
B) pelo incentivo da Igreja e da Coroa à escravidão de índios e negros.
C) por estar amplamente distribuída entre a população livre, constituindo a base econômica da sociedade.
D) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e os mais leves aos índios.
E) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
Questão 04. (PUC-Campinas-SP) No Período Colonial brasileiro, a implantação do trabalho escravo dos africanos deveu-se:
A) ao desconhecimento de técnicas de produção agrícola pelos indígenas, à fácil adaptação do negro às condições de trabalho e à necessidade de ocupar o território.
B) à passividade do negro, à facilidade de produzir tabaco e aguardente e à aceitação por parte dos jesuítas do trabalho compulsório.
C) à pouca distância entre o Brasil e a África, à belicosidade dos grupos indígenas e ao desinteresse dos portugueses na produção agrícola.
D) ao pequeno crescimento demográfico da metrópole, à proteção dos indígenas nas missões jesuíticas e à facilidade de extração do ouro de aluvião.
E) à abundância de terra, à necessidade de produzir em alta escala um produto de grande aceitação no mercado europeu e à alta lucratividade do tráfico.
Questão 05 sobre os Povos Africanos: (UFRRJ) Não há trabalho, nem gênero de vida no mundo mais parecido à cruz e paixão de Cristo, que o vosso em um desses engenhos. Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado […] Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isso se compõe a vossa imitação, que se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio. VIEIRA, Antônio. Sermões. Apud BOSI, Alfredo. A dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 172.
O texto representa mais uma das inúmeras justificativas para a escravidão durante o período de colonização da América Portuguesa. Sobre essa questão, é CORRETO afirmar que: A) durante o primeiro século de colonização, a escravidão indígena foi empregada em várias regiões da colônia. Porém, com a adoção da mão de obra africana, ela foi completamente extinta, levando os indígenas a se internarem nos sertões do Brasil.
B) a Companhia de Jesus, assim como outras ordens religiosas, procurava manter índios e negros afastados da sociedade colonial, nas missões, a fim de preservá-los da escravidão.
C) a utilização da mão de obra africana articulava-se diretamente aos interesses mercantilistas de setores da burguesia comercial e da Coroa portuguesa.
D) a capacidade de trabalho do ameríndio superava em muito a do africano, o que levou à sua escravização sistemática até a sua extinção, por volta de meados do século XVII.
E) a Igreja Católica dedicou-se, nos primeiros tempos da colonização da América, a evitar a escravização dos negros, já que estes, ao contrário dos ameríndios, teriam alma, sendo, por isso, passíveis de conversão.
Questão 06. (Enem–2005) Um professor apresentou os mapas a seguir numa aula sobre as implicações da formação das fronteiras no continente africano.
ATUALIDADES/VESTIBULAR 2005, 1º sem., ed. Abril, p. 6.
Com base na aula e na observação dos mapas, os alunos fizeram três afirmativas: I. A brutal diferença entre as fronteiras políticas e as fronteiras étnicas no continente africano aponta para a artificialidade em uma divisão com objetivo de atender apenas aos interesses da maior potência capitalista na época da descolonização.
II. As fronteiras políticas jogaram a África em uma situação de constante tensão ao desprezar a diversidade étnica e cultural, acirrando conflitos entre tribos rivais.
III. As fronteiras artificiais criadas no contexto do colonialismo, após os processos de independência, fizeram da África um continente marcado por guerras civis, golpes de Estado e conflitos étnicos e religiosos.
É verdadeiro apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III.
Questão 07 sobre os Povos Africanos: (Enem) Os maracatus são desfiles de natureza real, que se repetem no Nordeste do Brasil. Ao ritmo dos tambores, marcham o rei e a rainha sob enormes guarda-sóis, como na África, no meio de seus súditos. À frente dos soberanos, dança uma jovem que traz na mão uma boneca. Esta boneca chama-se calunga – e é um símbolo de poder, o lunga ou calunga, entre os pendes e outros povos de Angola.
Até recentemente – ignoro se isto continua a dar-se –, antes da saída do Maracatu, cada figurante ia até a boneca, tocava-a e fazia um gesto de veneração. Está aí o sinal de que o desfile, sob disfarce da festa, devia encobrir antigamente uma outra realidade, não só religiosa, mas também política, o que nos faz suspeitar de que o rei do Maracatu, no passado, era um rei africano, a mostrar-se aos seus súditos no exílio e a chefiar, sem que os senhores disso suspeitassem, uma rede de ajuda mútua, uma comunidade que podia estar dispersa entre várias propriedades rurais e vários bairros urbanos, mas procurava, a seu modo e como lhe era permitido, preservar e continuar a África no Brasil. SILVA, Alberto Costa e. Um rio chamado Atlântico. p. 162.
Com base nas informações contidas no texto, pode-se concluir que: A) o Maracatu é uma festa religiosa que se realiza no Nordeste brasileiro todos os anos, na qual comunidades afrodescendentes procuram recordar seu passado de lutas nos quilombos brasileiros.
B) as festas dos escravos no Brasil colonial revelavam um enorme sincretismo cultural que se manifesta até os dias de hoje nos Maracatus, isto é, desfiles religiosos em homenagem aos santos católicos e aos deuses africanos.
Questão 08 sobre os Povos Africanos: (FUVEST-SP–2007) No Brasil, os escravos: 1. trabalhavam tanto no campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas. 2. sofriam castigos físicos, em praça pública, determinados por seus senhores. 3. resistiam de diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões. 4. tinham a mesma cultura e religião, já que eram todos provenientes de Angola. 5. estavam proibidos pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.
Das afirmações apresentadas, são VERDADEIRAS apenas: A) 1, 2 e 4. B) 3, 4 e 5. C) 1, 3 e 5. D) 1, 2 e 3. E) 2, 3 e 5.
Questão 09. (FGV-SP) Oh, se a gente preta tirada das brenhas da sua Etiópia, e passada ao Brasil, conhecera bem quanto deve a Deus e a Sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é senão milagre, e grande milagre! VIEIRA, Padre Antônio. Sermão XIV. Apud ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato dos Viventes. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 183.
Sobre a escravidão no Brasil no Período Colonial, é CORRETO afirmar: A) O tráfico de escravos no século XVIII era realizado por comerciantes metropolitanos e por “brasílicos” que saíam do Rio de Janeiro, Bahia e Recife com mercadorias brasileiras e realizavam trocas bilaterais com a África.
B) A produção econômica colonial era agroexportadora, baseada na concentração fundiária e no uso exclusivo do trabalho escravo.
C) O tráfico de escravos para o Brasil, no século XVIII, era realizado exclusivamente por comerciantes metropolitanos. A oferta de mão de obra escrava era contínua e a baixos custos.
D) O tráfico de escravos no século XVIII era realizado apenas por comerciantes “brasílicos”. A oferta de mão de obra, contudo, era descontínua e a altos custos.
E) O século XVII marcou o auge do tráfico de escravos no Brasil, para atender à demanda do crescimento dos engenhos de açúcar, com uma oferta contínua e a altos custos.
Questão 10 sobre os Povos Africanos: (UFMG) Em pouco mais de cem anos, a ênfase passa do controle dos moradores para o dos escravos fugidos, do olhar metropolitano ao colonial, e uma figura central emerge: a do capitão-do-mato […]. O termo capitão-do-mato já aparece em diversos documentos coloniais desde meados do século XVII [Contudo o cargo foi normatizado apenas no início do século XVIII.] Que terá acontecido no período que vai de meados do século XVII às primeiras décadas do século XVIII para que essa ocupação se estabelecesse tão firmemente na vida colonial? REIS, João José; GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.). Liberdade por um fio. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 85.
Considerando-se as informações desse texto, é CORRETO afirmar que o crescente fortalecimento do cargo de capitão do mato, entre meados do século XVII e início do século XVIII, se explica como consequência da: A) interiorização da população em direção à área das drogas do sertão, o que resulta numa ocupação desordenada desses espaços produtivos por brancos e negros.
B) explosão demográfica ocorrida na região das minas dos Goiases e de Cuiabá, que implica um adensamento populacional propício às desordens e violência, sobretudo as praticadas por escravos fugidos.
C) urbanização do Nordeste, derivada da crise açucareira, gerada pela expulsão dos holandeses, crise que promove, nas vilas e arraiais, a concentração de escravos, que, até então, trabalhavam nos engenhos.
D) dificuldade das campanhas para a destruição do Quilombo de Palmares e a possibilidade do surgimento de novos e resistentes núcleos de quilombolas tanto no Nordeste quanto em outras áreas de interesse metropolitano.
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína