Questão 01 sobre Regime Militar: Lutas, Direitos e Conquistas: (FJP-MG) Leia a carta escrita por Henfil à sua mãe:
Mãe,
O doutor Tancredo herdou de Getúlio Vargas a caneta com que ele escreveu a carta-testamento.
Não sei bem se foi a que escreveu a tal carta ou se foi outra. Sei que na minha memória dos 10 anos de idade ficou assim: Tancredo, herdeiro da caneta de Getúlio.
Bão.
Só vim a prestar atenção de novo, no herdeiro da caneta, quando ele se tornou primeiro-ministro do regime parlamentarista, um superconsenso que militares e políticos arrumaram para impedir a posse do legítimo vice-presidente eleito, João Belchior Marques Goulart. O consensão deu no que deu, o herdeiro sumiu com sua caneta e vinte anos depois acordamos bolivianos.
Sumiu nada. O herdeiro da caneta assinou ficha no PMDB, saiu do MDB, fundou o PP, desfundou o PP, ganhou o governo de Minas Gerais pelo PMDB e o entregou ao ex-PP, e agora, onde estamos? Estamos com o herdeiro da caneta como primeiro-ministro do consenso jumbo que militares e políticos estão arrumando para que cem anos depois acordemos, todos, irremediavelmente porto-riquenhos.
O que Tancredo deveria ter herdado do Getúlio Vargas não era a caneta, era o revólver.
A benção do seu filho das bocaiúvas, Henfil Vilela. HENFIL. Diretas Já. Rio de Janeiro: Record, 1984.
Nessa carta, Henfil:
A) aproxima o contexto político de 1964 ao de 1984, ressaltando a face autoritária de ambos, com os militares utilizando-se dos civis para impor os seus interesses, em especial o de manter a sociedade brasileira sob controle.
B) compara as situações políticas no Brasil em 1961 e 1984 com as dos países latino-americanos, que estavam nas mãos dos militares, os quais haviam estabelecido regimes de exceção, plenos de arbitrariedades.
C) critica a posição política de Tancredo Neves que foi primeiro-ministro, quando da promulgação da emenda constitucional do parlamentarismo após a renúncia de Jânio Quadros, e candidato de consenso do Colégio Eleitoral no contexto final do regime militar.
D) identifica a postura política de Tancredo com a de Getúlio Vargas, do qual herdou a caneta, destacando tanto a indefinição partidária que os aproximava quanto a constante aproximação entre esses dois políticos e os militares.
Questão 02. (PUC Minas) “Brasil, ame-o ou deixe-o.”
Esse slogan, amplamente divulgado e propagado no auge do período da Ditadura Militar, criava um clima de ufanismo para:
A) anunciar à população brasileira o firme propósito do governo de promover a distensão política, assim que todos os comunistas deixassem o país.
B) justificar a nova postura dos militares para atrair o apoio da opinião pública contrária ao regime autoritário, abrindo caminho para o processo de abertura política.