Questão 01 sobre a República Provisória e da Espada: (FGV-SP) Heróis são símbolos poderosos, encarnações de idéias e aspirações […] São, por isso, instrumentos eficazes para atingir a cabeça e o coração dos cidadãos a serviço da legitimação de regimes políticos […] Os candidatos a herói não tinham, eles também, profundidade histórica, não tinham a estatura exigida para o papel. Não pertenciam ao movimento da propaganda republicana, ativa desde 1870 […] A busca de um herói para a República acabou tendo êxito onde não o imaginavam muitos dos participantes da proclamação.
CARVALHO, J. M. de. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Cia das Letras. p. 55-57.
A escolha e a construção do principal herói da República recaíram sobre:
A) Deodoro da Fonseca, devido à sua imensa popularidade, por ser um republicano histórico e um ferrenho adversário dos poderes monárquicos.
B) Benjamin Constant, líder popular identificado com a causa operária, defensor do positivismo e um representante civil com amplo trânsito entre os militares.
C) Duque de Caxias, grande comandante da Guerra do Paraguai, identificado com uma política centralizadora e patrono do Exército brasileiro.
D) Bento Gonçalves, presidente da república rio-grandense e principal líder da Revolta Farroupilha do século XIX, considerado o patrono militar do republicanismo no Brasil.
E) Tiradentes, militar e republicano transformado em mártir, cuja morte passou a ser associada ao sacrifício de Jesus Cristo.
Questão 02. (PUC Minas–2006)
Tudo se torceu, tudo se falseou, tudo se confundiu. De um sistema cheio de correspondências complexas e sutis, onde não se podia tocar em qualquer parte, sem modificar a ação das outras, fizeram um atarrancado de ferros velhos, digno de figurar numa exposição industrial de doidos.
BARBOSA Rui. Finanças e Política.
Com esse desabafo, o ministro da Fazenda do Governo Provisório da República tenta justificar, perante a opinião pública, o fracasso de sua política financeira. São efeitos imediatos dessa política, EXCETO:
A) a inflação desenfreada, falência de inúmeras empresas e desvalorização da moeda nacional em relação à libra esterlina.
B) a substituição dos capitais ingleses por norte-americanos para restaurar e equilibrar o combalido sistema financeiro brasileiro.
C) a alta geral do custo de vida, instabilidade financeira e profundo desequilíbrio nas contas externas do país.
D) a enorme especulação gerada pelo surgimento de empresas-fantasma, cujo objetivo era obter facilidade de crédito bancário.
Questão 03 sobre a República Provisória e da Espada: (PUC Minas–2007) Segundo o historiador José Murilo de Carvalho, o povo acompanhou bestializado a criação do regime republicano no Brasil. Essa afirmação pode explicar nossa Proclamação da República no Brasil como:
A) adoção das teses sobre a ordem e o progresso, inspiradas na revolução norte-americana do século XVIII.
B) uma ruptura com os valores liberais, instituídos pelo ideário dos membros do clube militar do Rio de Janeiro.
C) um golpe militar ou quartelada, que instaurou novo modelo político nos moldes que tivemos mais tarde em 1964.
D) estabelecimento de uma nova ordem social, que promovia a igualdade social com base na organização do trabalho.
Questão 04. (PUCPR–2007) O clima de crise permanente que caracterizou o mandato de Floriano Peixoto, segundo presidente do Brasil, foi provocado:
A) pelo problema da sucessão entre “civilistas” e “militaristas”, tendo como foco principal a figura de Rui Barbosa.
B) pelo desencadeamento do problema de Canudos, que envolveu grande parte do Exército brasileiro.
C) pela contestação da legalidade da sucessão do vice-presidente e da necessidade de novas eleições após a renúncia de Deodoro da Fonseca.
D) pela manutenção da política de Deodoro, sobretudo quanto à dissolução do Congresso e à permanência do estado de sítio.
E) pelo descontentamento dos cafeicultores, ainda inconformados com a abolição da escravatura.
Questão 05 sobre a República Provisória e da Espada: (UFRN)
O movimento militar chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca, em 1889, proclamou a República no Brasil, implantando um modelo de governo que se declarava democrático. Décio Saes, ao estudar posteriormente esse movimento, afirma que a democracia nascente definia-se desde logo como uma democracia elitista e limitada, que correspondia a um refinamento da dominação de classe dos proprietários de terras no plano das instituições políticas, configurando um novo modelo de exclusão política.
SAES, Décio. Classe média e sistema político no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz, 1984.
Pode-se afirmar que a democracia da República Velha foi um novo modelo de exclusão política na medida em que, nesse período:
A) implantou-se o federalismo, em que cada estado-membro ganhava autonomia para eleger o governador do estado e os deputados, que deveriam ser grandes proprietários rurais.
B) adotou-se como sistema de governo o presidencialismo, em que o presidente da República deveria escolher seus ministros entre os grandes cafeicultores paulistas.
C) garantiu-se o direito de voto aos brasileiros do sexo masculino, maiores de 21 anos, excetuando analfabetos, mendigos, soldados e religiosos sujeitos à obediência eclesiástica.
D) proclamou-se a independência entre o Estado e a Igreja, pondo fim ao regime do padroado, vigente no Império, embora fosse vetado o acesso de protestantes aos cargos públicos.
Questão 06. (Mackenzie-SP–2011 – adaptado)
Rui Barbosa, quando assumiu a função de ministro da Fazenda durante o Governo Provisório do marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), pretendeu garantir a independência econômica do Brasil frente ao capitalismo europeu. Para ele, a República somente se consolidaria sobre alicerces seguros, quando suas funções se firmarem na democracia do trabalho industrial. Sua política financeira, contudo, não foi bem sucedida, devido à:
A) emissão de papel-moeda em larga escala para incentivar o crédito para investidores do setor industrial, o que gerou uma política inflacionária, visto que o aumento do meio circulante não foi acompanhado pela elevação da produção interna.
B) restrição de crédito para financiamento de novas empresas, além de cortes no gasto público e aumento dos impostos, o que gerou diversas manifestações, principalmente no meio do operariado nacional, prejudicado pelo aumento no custo de vida.
C) adoção de tarifas alfandegárias protecionistas e estímulo às indústrias nacionais visando a aumentar a produção nacional, porém congelou os salários dos trabalhadores e aumentou os gastos na construção de obras públicas.
D) realização de uma política financeira anti-inflacionária que buscou equilibrar nossa economia frente aos prejuízos herdados do Período Monárquico, graças aos vultosos empréstimos externos, realizados para sanar o déficit orçamentário.
E) especulação financeira graças à facilidade de créditos concedidos pelo governo, que, ao invés de contribuirem para a instalação de novas indústrias no país, foram utilizados para saldar as dívidas dos cafeicultores perante os banqueiros estrangeiros.
Questão 07 sobre a República Provisória e da Espada: (UFTM-MG–2006)
[…] Nada se mudaria. O regime sim, era possível, mas também se muda de roupa sem trocar de pele. […] No sábado, ou quando muito na segunda-feira, tudo voltaria ao que era na véspera, menos a Constituição.
MACHADO, Assis de. Esaú e Jacó.
Esse comentário do Conselheiro Aires, personagem de Machado de Assis, revela que a implantação da República no Brasil:
A) não acarretou transformações sociais significativas, apesar da nova Constituição.
B) assegurou a modernização da estrutura socioeconômica, mas não da política.
C) dependeu da ação dos militares, que impuseram uma Constituição positivista.
D) alterou o regime político, com a implantação de uma duradoura ditadura militar.
E) levou as camadas baixas à hegemonia no poder, devido às mudanças constitucionais.
Questão 08. (UERJ)
A febre especulativa começou ainda sob o Império […]. A libertação dos escravos provocara o súbito aumento da necessidade de pagar salários e os fazendeiros sentiam carência de dinheiro […]. [O] primeiro governo republicano, […] convicto de que a circulação monetária era insuficiente e, ademais, aberto a idéias de industrialização, […] estabeleceu um mecanismo de bancos privados emissores, o que incitou ainda mais a especulação […].
GORENDER, Jacob. A burguesia brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1986.
O processo descrito anteriormente ilustra a seguinte política econômica desenvolvida no Governo Provisório de Deodoro da Fonseca, de 1889 a 1891:
A) creditismo
B) federalismo
C) naturalização
D) encilhamento
Questão 09 sobre a República Provisória e da Espada: (UFPel-RS–2006) Entre 1893 e 1895, o Sul do Brasil foi palco de uma sangrenta guerra que colocou frente a frente republicanos jacobinos e positivistas contra os antigos liberais do regime monárquico. A violência das facções, o terror indiscriminado e, sobretudo, o apelo a chavões ideológicos como justificadores da ação bélica e repressiva antecipam as carnificinas do século XX cometidas em nome de ideais progressistas ou reacionários.
FRANCO, Sérgio da Costa. A guerra civil de 1893. Porto Alegre: Ed. da Universidade / UFRGS, 1993.
A guerra civil descrita no texto foi a:
A) Guerra do Contestado.
B) Revolta dos Mückers.
C) Revolta da Armada.
D) Revolução Federalista.
E) Revolução Farroupilha.
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Gabarito com as respostas dos exercícios de História do Brasil sobre República Provisória e da Espada:
01. E;