Simulado sobre o que foi a República Oligárquica – 02

Questão 01 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2009) A figura do coronel era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. Normalmente tratava-se de grandes fazendeiros que utilizavam seu poder para formar uma rede de clientes políticos e garantir resultados de eleições. Era usado o voto de cabresto por meio do qual o coronel obrigava os eleitores de seu “curral eleitoral” a votarem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas, para que votassem de acordo com os interesses do coronel. Mas recorria-se também a outras estratégias, como compra de votos eleitores-fantasma, troca de favores, fraudes na apuração dos escrutínios e violência.
Disponível em: <htp://www.hisloriadobrasil.net/republica>. Acesso em: 12 dez. 2008 (Adaptação).

Com relação ao processo democrático do período registrado no texto, é possível afirmar que:
A) o coronel se servia de todo tipo de recursos para atingir seus objetivos políticos.
B) o eleitor não podia eleger o presidente da República.
C) o coronel aprimorou o processo democrático ao instituir o voto secreto.
D) o eleitor era soberano em sua relação com o coronel.
E) os coronéis tinham influência maior nos centros urbanos.


Questão 02 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2007)

São Paulo, 18 de agosto de 1929.
Carlos [Drummond de Andrade],
Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João Pessoa. É. Mas veja como estamos… trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. […]

Eu… eu contemplo numa torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto. Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos, […] com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.
Mário [de Andrade]
LEMOS, Renato. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004. p. 305.

Acerca da crise política ocorrida em fins da Primeira República, a carta do paulista Mário de Andrade ao mineiro Carlos Drummond de Andrade revela:
A) a simpatia de Drummond pela candidatura Vargas e o desencanto de Mário de Andrade com as composições políticas sustentadas por Vargas.

B) a veneração de Drummond e Mário de Andrade ao gaúcho Getúlio Vargas, que se aliou à oligarquia cafeeira de São Paulo.

C) a concordância entre Mário de Andrade e Drummond quanto ao caráter inovador de Vargas, que fez uma ampla aliança para derrotar a oligarquia mineira.

D) a discordância entre Mário de Andrade e Drummond sobre a importância da aliança entre Vargas e o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais.

E) o otimismo de Mário de Andrade em relação a Getúlio Vargas, que se recusara a fazer alianças políticas para vencer as eleições.


Questão 03 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2009) João de Deus levanta-se indignado. Vai até a janela e fica olhando para fora. Ali na frente está a Panificadora Italiana, de Gamba & Filho. Ontem era uma casinhola de porta e janela com um letreiro torto e errado: “Padaria Nápole”. Hoje é uma fabrica… João de Deus olha e recorda… Quando Vittorio Gamba chegou da Itália com uma trouxa de roupa, a mulher e um filho pequeno, os Albuquerques eram donos de quase todas as casas do quarteirão. […] O tempo passou. Os negócios pioraram. A herança não era o que se esperava. Com o correr dos anos os herdeiros foram hipotecando as casas. Venciam-se as hipotecas, não havia dinheiro para resgatá-las: as propriedades, então, iam passando para as mãos dos Gambas, que prosperavam
VERISSIMO, E. Música ao longe. Porto Alegre: Globo, 1974 (Adaptação).

O texto foi escrito no início da década de 1930 e revela, por meio das recordações do personagem, características sócio-históricas desse período, as quais remetem:
A) à ascensão de uma burguesia de origem italiana.

B) ao início da imigração italiana e alemã, no Brasil, a partir da segunda metade do século.

C) ao modo como os imigrantes italianos impuseram, no Brasil, seus costumes e hábitos.

D) à luta dos imigrantes italianos pela posse da terra e pela busca de interação com o povo brasileiro.

E) às condições socioeconômicas favoráveis encontradas pelos imigrantes italianos no início do século.


Questão 04. (Enem–2010) A serraria construía ramais ferroviários que adentravam as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local. Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às matas eram destruídos por este deslocamento.
MACHADO, P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp, 2004 (Adaptação).

No início do século XX, uma série de empreendimentos capitalistas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina – ferrovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais gerados por esse processo estão na origem de chamada Guerra do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se:

A) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da serraria, resultando em um processo de êxodo rural.

B) o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas, que diminuíam a necessidade de mão de obra.

C) a desorganização da economia tradicional, que sustentava os posseiros e os trabalhadores rurais da região.

D) a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que passavam a disputar o poder político com os novos agentes.

E) o crescimento dos conflitos entre os operários empregados nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao capital internacional.


Questão 05 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para a identidade cultural dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de:
A) objetos arqueológicos e paisagísticos.
B) acervos museológicos e bibliográficos.
C) núcleos urbanos e etnográficos.
D) práticas e representações de uma sociedade.
E) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.


Questão 06. (Enem–2010) Para os amigos pão, para os inimigos pau;
aos amigos se faz justiça, aos inimigos aplica-se a lei.
LEAL, V. N. Coreonealismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa Omega.

Esse discurso, típico do contexto histórico da República Velha e usado por chefes políticos, expressa uma realidade caracterizada:
A) pela força política dos burocratas do nascente Estado republicano, que utilizavam de suas prerrogativas para controlar e dominar o poder nos municípios.

B) pelo controle político dos proprietários no interior do país, que buscavam, por meio dos seus currais eleitorais, enfraquecer a nascente burguesia brasileira.

C) pelo mandonismo das oligarquias no interior do Brasil, que utilizavam diferentes mecanismos assistencialistas e de favorecimento para garantir o controle dos votos.

D) pelo domínio político de grupos ligados às velhas instituições monárquicas e que não encontraram espaço de ascensão política na nascente República.

E) pela aliança política firmada entre as oligarquias do Norte e Nordeste do Brasil, que garantiria uma alternância no poder federal de presidentes originários dessas regiões.


Questão 07 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2009) A industrialização do Brasil é fenômeno recente e se processou de maneira bastante diversa daquela verificada nos Estados Unidos e na Inglaterra, sendo notáveis, entre outras características, a concentração industrial em São Paulo e a forte desigualdade de renda mantida ao longo do tempo.

Outra característica da industrialização brasileira foi:
A) a fraca intervenção estatal, dando-se preferência às forças de mercado, que definem os produtos e as técnicas por sua conta.

B) a presença de políticas públicas voltadas para a supressão das desigualdades sociais e regionais, e desconcentração técnica.

C) o uso de técnicas produtivas intensivas em mão de obra qualificada e produção limpa em relação aos países com indústria pesada.

D) a presença constante de inovações tecnológicas resultantes dos gastos das empresas privadas em pesquisa e em desenvolvimento de novos produtos.

E) a substituição de importações e a introdução de cadeias complexas para a produção de matérias-primas e de bens intermediários.


Questão 08 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2010) As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.
Disponível em: <www.mre.gov.br>. Acesso em: 03 nov. 2008 (Adaptação).

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro:
A) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.
B) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.
C) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.
D) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.
E) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.


Questão 09. (Enem–2009) Houve momentos de profunda crise na história mundial contemporânea que representaram, para o Brasil, oportunidades de transformação no campo econômico. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a Quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929), por exemplo, levaram o Brasil a modificar suas estratégias produtivas e a contornar as dificuldades de importação de produtos que demandava dos países industrializados.

Nas três primeiras décadas do século XX, o Brasil:
A) impediu a entrada de capital estrangeiro, de modo a garantir a primazia da indústria nacional.

B) priorizou o ensino técnico, no intuito de qualificar a mão de obra nacional direcionada à indústria.

C) experimentou grandes transformações tecnológicas na indústria e mudanças compatíveis na legislação trabalhista.

D) aproveitou a conjuntura de crise para fomentar a industrialização pelo país, diminuindo as desigualdades regionais.

E) direcionou parte do capital gerado pela cafeicultura para a industrialização, aproveitando a recessão europeia e norte-americana.


Questão 10 sobre O que foi a República Oligárquica: (Enem–2009) Desgraçado progresso que escamoteia as tradições saudáveis e repousantes. O “café” de antigamente era uma pausa revigorante na alucinação da vida cotidiana. Alguém dirá que nem tudo era paz nos cafés de antanho, que havia muita briga e confusão neles. E daí? Não será por isso que lamento seu desaparecimento do Rio de Janeiro. Hoje, se houver desaforo, a gente o engole calado e humilhado. Já não se pode nem brigar. Não há clima nem espaço.
ALENCAR, E. Os cafés do Rio. In: GOMES, D. Antigos cafés do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Kosmos, 1989 (Adaptação).

O autor lamenta o desaparecimento dos antigos cafés pelo fato de estarem relacionados com:
A) a economia da República Velha, baseada essencialmente no cultivo do café.

B) o ócio (“pausa revigorante”) associado ao escravismo que mantinha a lavoura cafeeira.

C) a especulação imobiliária, que diminuiu o espaço disponível para esse tipo de estabelecimento.

D) a aceleração da vida moderna, que tornou incompatíveis com o cotidiano tanto o hábito de “jogar conversa fora” quanto as brigas.

E) o aumento da violência urbana, já que as brigas, cada vez mais frequentes, levaram os cidadãos a abandonarem os cafés do Rio de Janeiro.


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Gabarito com as respostas das questões de história sobre O que foi a República Oligárquica:

01. A;
02. A;
03. A;
04. C;
05. A;

06. C;
07. E;
08. C;
09. E;
10. D;

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