Questão 01 sobre Estilo Barroco: (UFV-MG–2010) A preocupação dos autores da Literatura Brasileira, inseridos no estilo literário denominado Barroco, era:
A) recriar a estética do Classicismo europeu.
B) expressar os antagonismos da existência humana.
C) valorizar o conteúdo em detrimento da forma.
D) eliminar os elementos religiosos dos poemas.
Questão 02 sobre Estilo Barroco: (UNIFESP-SP–2009) Os versos de Gregório de Matos são base para responder à questão a seguir.
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua língua ao nobre o vil decepa:
O Velhaco maior sempre tem capa.
Nos versos, o eu lírico deixa evidente que:
A) uma pessoa se torna desprezível pela ação do nobre.
B) o honesto é quem mais aparenta ser desonesto.
C) geralmente a riqueza decorre de ações ilícitas.
D) as injúrias, em geral, eliminam as injustiças.
E) o vil e o rico são vítimas de severas injustiças.
Questão 03 sobre Estilo Barroco: (FUVeST-SP) Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se contentam com a pátria. Todos terão sua razão, mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, pagar-lhes-ão a semeadura: aos que vão buscar a seara tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, achar-vos-eis com mais Paço; os de lá, com mais passos […]
A passagem anterior é representativa de uma das tendências estéticas típicas de prosa seiscentista, a saber:
A) o sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta de D. Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de Alcácer-Quibir.
B) a busca do exotismo e de aventura ultramarina, presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
C) a exaltação do heroico e do épico, por meio de metáforas grandiloquentes da epopeia.
D) o lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de estilo passionais e místicas.
E) o conceptismo, caracterizado pela utilização constante dos recursos da dialética.
Questão 04. (Unip-SP) Sobre cultismo e conceptismo, os dois aspectos construtivos do Barroco, assinale a única alternativa INCORRETA.
A) O cultismo opera através de analogias sensoriais, valorizando a identificação dos seres por metáforas.
B) Cultismo e conceptismo são partes construtivas do Barroco que não se excluem. É possível localizar no mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos.
C) O cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, pelo abuso no emprego de figuras semânticas, sintáticas e sonoras. O conceptismo valoriza a atitude intelectual, o que se concretiza no discurso pelo emprego de sofismas, silogismos, paradoxos, etc.
D) O cultismo na Espanha, em Portugal e no Brasil é também conhecido como gongorismo e seu mais ardente defensor, entre nós, foi o padre Antônio Vieira, que, no “Sermão da Sexagésima”, propõe a primazia da palavra sobre a ideia.
E) Os métodos cultistas mais seguidos por nossos poetas foram os de Gôngora e Marini, e o conceptismo de Quevedo foi o que maiores influências deixou em Gregório de Matos.
Questão 05 sobre Estilo Barroco: (ITA-SP) Considere os seguintes versos:
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
depois da Luz se segue a noite escura,
em tristes sombras morre a formosura,
em contínuas tristezas a alegria.
A alternativa que apresenta a assertiva CORRETA é:
A) Esses versos apresentam características típicas do período Barroco.
B) Não obstante a expressão da brevidade da vida humana e da fugacidade do bem, manifestada através de recursos típicos do período setecentista, trata-se de versos tipicamente árcades.
C) O forte sentimento de angústia da irremediável passagem do tempo, por adquirir tom bastante dramático, remete-nos a um poema de características tipicamente românticas.
D) O rigor formal dos versos – rima e ritmo – e a descrição impessoal apontam-nos para um poema com características parnasianas.
E) A postura profundamente subjetiva do poeta e a valorização da natureza apontam versos exemplificadores da primeira geração de poetas românticos brasileiros.
Questão 06. (UFRGS) Assinale com VERDADEIRO (V) ou FALSO (F) as afirmações a seguir sobre os dois grandes nomes do Barroco brasileiro.
( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre os valores transcendentais e os valores mundanos, exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por uma construção de imagens desdobradas em numerosos exemplos que visam a enfatizar o conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas e sermões, mostram exacerbados sentimentos patrióticos expressos em linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos sermões do Padre Vieira representam duas faces da alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.
A sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
A) V F F F F.
B) V V V V F.
C) V V F V F.
D) F F V V V.
E) F F F V V.
Questão 07v (Milton Campos-MG–2010) Assinale a alternativa em que há relação INCORRETA entre a passagem do sermão e o respectivo expediente aplicado por Padre Vieira.
A) Corações embaraçados como espinhos, corações secos e duros como pedras. – IRONIA
B) As rédeas por que se governavam era o ímpeto do espírito. – METÁFORA
C) Os de cá, achar-vos-eis com mais Paço; os de lá, com mais passos. – TROCADILHO
D) Mas ainda a do semeador de nosso Evangelho não foi a maior. – INTERTEXTUALIDADE
Questão 08. A preocupação com o exercício da pregação, com a sua clareza para levar o público à conversão, é o tema do “Sermão da Sexagésima”, de Padre Antônio Vieira.
Para elucidar como deve ser a elaboração de uma prédica, o sermonista, em determinado momento, faz a seguinte consideração:
“Aprendamos do Céu o estilo da disposição e também das palavras. Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação – muito distinto e muito claro. e nem por isso temais que pareça o estilo baixo; as estrelas são muito distintas e muito claras e altíssimas. O estilo pode ser muito claro e muito alto; tão claro que o entendam os que não sabem e tão alto que tenham muito que entender os que sabem. O rústico acha documentos nas estrelas para sua lavoura e o matemático para as suas observações. De maneira que o rústico que não sabe ler nem escrever entende as estrelas, e o matemático, que tem lido quantos escreveram, não alcança a entender quanto nelas há. Talpode ser o sermão – estrelas, que todos vêem e muito poucos as medem.”
Tendo em vista esse excerto, é possível reconhecer que, para Vieira:
A) fazer analogias é uma forma de o pregador elucidar para o interlocutor os conceitos apresentados, o que faz com que os sermãos sejam como as estrelas: fáceis, claros e desvendados completamente por todos os homens.
B) a comparação do estilo do sermão à disposição das estrelas no Céu é um exemplo de como as imagens podem ser utilizadas para facilitar o entendimento, e não para servir à afetação e à pompa.
C) o gênero da oratória exige uma preocupação especial com o receptor, na medida em que o objetivo da pregação é persuadir e convencer o ouvinte. Por isso, o pregador deve estilizar ao máximo a sua linguagem com o intuito de impressionar o público.
D) ao associar as palavras às estrelas, Vieira procura demonstrar como a pregação deve ser marcada por uma linguagem lírica, poetizada, pois, ainda que o discurso seja litúrgico, cabe ao pregador se esmerar nas metáforas para fazer do sermão uma “arte” – o que comprova como até hoje os discursos dele têm uma grande recepção pelos leitores.
E) uma boa pregação deve ser como um Céu de estrelas, porque é perceptível tanto para os leigos (o “rústico”, o “mareante”) quanto para os eruditos, os de grande conhecimento técnico (o “matemático”), sendo que estes conhecem completamente o sermão graças à sabedoria que possuem, em contrapartida aos primeiros que apenas o compreendem superficialmente.
Questão 09 sobre Estilo Barroco: (UFMG–2010) Um dos recursos utilizados pelo padre Antônio Vieira em seus sermões consiste na “agudeza” – maneira de conduzir o pensamento que aproxima objetos e / ou ideias distantes, diferentes, por meio de um discurso artificioso, que se costuma chamar de “discurso engenhoso”.
Assinale a alternativa em que, no trecho transcrito do “Sermão da Sexagésima”, o autor utiliza esse recurso.
A) Lede as histórias eclesiásticas, e achá-las-eis todas cheias de admiráveis efeitos da pregação da palavra de Deus. Tantos pecadores convertidos, tanta mudança de vida, tanta reformação de costumes; os grandes desprezando as riquezas e vaidades do mundo; os reis renunciando os cetros e as coroas; as mocidades e as gentilezas metendo-se pelos desertos e pelas covas […].
B) Miseráveis de nós, e miseráveis de nossos tempos, pois neles se veio a cumprir a profecia de S. Paulo: […] “Virá tempo, diz S. Paulo, em que os homens não sofrerão a doutrina sã.” […] “Mas para seu apetite terão grande número de pregadores feitos a montão e sem escolha, os quais não façam mais que adular-lhes as orelhas.”
C) Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. […] Que coisa é a conversão de uma alma, senão entrar um homem dentro de si e ver-se a si mesmo? Para esta vista são necessários olhos, é necessária luz e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina; Deus concorre com a luz, que é a graça; o homem concorre com os olhos, que é o conhecimento.
D) Quando Davi saiu a campo com o gigante, ofereceu-lhe Saul as suas armas, mas ele não as quis aceitar. Com as armas alheias ninguém pode vencer, ainda que seja Davi. As armas de Saul só servem a Saul, e as de Davi a Davi, e mais aproveita um cajado e uma funda própria, que a espada e a lança alheia.
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