Questão 01 sobre as Gerações de Românticos: (UFRGS) Leia as estrofes seguintes, extraídas do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias.
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossas vida mais amores. […] Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu‘inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Em relação à “Canção do exílio”, é CORRETO afirmar que: A) exalta a natureza brasileira em sua fauna e sua flora, destacando-se pela temática regionalista.
B) trata-se de um soneto clássico que celebrizou o poeta como um dos mais importantes do Romantismo brasileiro.
C) é um canto de amor à pátria e teve alguns dos seus versos incorporados à letra do Hino Nacional.
D) as estrelas e as flores, referidas na segunda estrofe, simbolizam a falta de preocupação com os problemas do Período Colonial.
E) os versos da última estrofe acentuam o sentimento do exílio e expressam o desejo do poeta de morrer em Portugal.
Questão 02. (UFRGS) Sobre a poesia de Gonçalves Dias, é CORRETO afirmar que:
A) cantou a natureza brasileira como cenário das correrias e aventuras do indígena bravo e leal. B) denunciou a iniquidade da escravidão em poemas altissonantes e repletos de metáforas aladas. C) elogiou os esforços do colonizador português em suas campanhas militares. D) cantou a bondade da mãe e da irmã, esteios femininos do núcleo familiar patriarcal. E) elogiou a dissipação e os excessos do vinho em orgias noturnas marcadas pela devassidão e crueldade.
Questão 03 sobre as Gerações de Românticos: (UFSM-RS) Considere as afirmações seguintes, referentes ao romance romântico no Brasil.
I. A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, insere-se na linha primitivista da corrente romântica, em que as personagens vivem em contato constante com a natureza.
II. Uma das fontes de inspiração do romance Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, é a novela picaresca espanhola.
III. A heroína de A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, é mestiça; porém, na sua apresentação inicial, são destacadas sua tez clara “como marfim” e sua beleza “branca”.
Quais estão CORRETAS? A) Apenas I B) Apenas II C) Apenas I e II D) Apenas II e III E) I, II e III
Questão 04 sobre as Gerações de Românticos: (UFJF-MG–2009) Leia o poema de Álvares de Azevedo para responder à questão.
Pálida, à luz da lâmpada sombria. Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia! Era a virgem do mar! Na escuma fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! Era mais bela! O seio palpitando… Negros olhos as pálpebras abrindo… Formas nuas no leito resvalando… Não te rias de mim, meu anjo lindo! Por ti – as noites eu velei chorando, Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo. AZEVEDO, Álvares de. Poesias completas de Álvares de Azevedo. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1985, p. 22.
A imagem feminina, conforme está predominantemente representada na primeira parte da obra Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo, está bem exemplificada no soneto citado.
Considerando essa imagem, é CORRETO afirmar que a possibilidade de o poeta e de a mulher amada constituírem família é: A) nenhuma, pois a mulher está morta. B) parcial, pois depende da submissão do poeta ao desejo da amada. C) total, pois, segundo as convenções românticas, o amor sempre prevalece. D) parcial, desde que o amor platônico seja realizado. E) nenhuma, pois o poeta apenas representa seu desejo.
Questão 05 sobre as Gerações de Românticos: (PUC Minas)
Oh! Que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida, Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras Debaixo dos laranjais!
Todas as alternativas apresentam características românticas do texto, EXCETO: A) O eu lírico foge da realidade presente para um passado idealizado. B) O eu poético expressa suas emoções. C) O autor dissocia os aspectos formais dos emocionais. D) A voz poética revela-se saudosista. E) O autor apresenta elementos de brasilidade.
(UNIFESP–2009) Instrução: Para responder às questões de números 06 e 07, leia os dois textos a seguir.
Texto I
Releitura de uma passagem do início do romance Memórias de um sargento de milícias. Disponível em: <www.fotolog.terra. com.br.biradantas> (Adaptação).
Texto II Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos: e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho […] E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. ALMEIDA, Manuel Antônio de. Memórias de um sargento de milícias.
Questão 06. Com base nas informações verbais e visuais, é CORRETO afirmar que o beliscão de Maria representa:
A) a cumplicidade na situação de aproximação desencadeada pela pisadela. B) o desdém da quitandeira frente à intenção de aproximação de Leonardo. C) a condenação à atitude de Leonardo, por supor uma intimidade indesejada. D) o repúdio da quitandeira à situação, vendo Leonardo como homem desprezível. E) a aceitação de uma amizade, mas não de uma aproximação íntima entre ambos.
Questão 07 sobre as Gerações de Românticos: Analise as afirmações sobre Memórias de um sargento de milícias.
I. Esse romance incorpora, entre outros valores do Romantismo, a idealização da mulher e do amor.
II. O protagonista da história, Leonardinho, filho de Leonardo e Maria da Hortaliça, afasta-se do perfil de herói romântico, e sua história desenvolve-se numa narrativa em que se denunciam as mazelas e as pobrezas sociais.
III. A obra retrata a alta sociedade carioca do século XIX, criticando o jogo de interesses sociais.
Está CORRETO apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I e III. E) II e III.
Questão 08 sobre as Gerações de Românticos: (UFRGS) Assinale a alternativa CORRETA.
A) Álvares de Azevedo, classificado na Segunda Geração do Romantismo brasileiro, deixou uma obra composta de poemas tipicamente indianistas e nacionalistas.
B) Com Castro Alves, a poesia brasileira atingiu o seu apogeu, apesar do tom tímido que encontramos nos seus versos.
C) Os poetas do Romantismo foram responsáveis pela consolidação do sentimento nacional e contribuíram para o abrasileiramento da língua portuguesa.
D) Gonçalves Dias, autor da consagrada “Canção do exílio”, compôs também “Os Timbiras”, “Se eu morresse amanhã” e “Meus oito anos”.
E) O saudosismo, que caracteriza o lirismo lusobrasileiro, não teve representantes no período romântico.
Questão 09 sobre as Gerações de Românticos: (PUCPR–2010) Leia com atenção o seguinte trecho retirado da introdução de Senhora, de José de Alencar:
Ao Leitor Este livro, como os dois que o precederam, não são da própria lavra do escritor, a quem geralmente os atribuem. A história é verdadeira; e a narração vem de pessoa que recebeu diretamente, e em circunstâncias que ignoro, a confidência dos principais atores deste drama curioso. O suposto autor não passa rigorosamente de editor. É certo que tomando a si o encargo de corrigir a forma e dar-lhe um lavor literário, de algum modo apropria-se não a obra mas o livro.
Em todo caso, encontram-se muitas vezes nestas páginas exuberâncias de linguagem e afoutezas de imaginação, a que já não se lança a pena sóbria e refletida do escritor sem ilusões e sem entusiasmos. Tive tentações de apagar algum desses quadros mais plásticos ou pelo menos de sombrear as tintas vivas e cintilantes. Mas devia eu sacrificar a alguns cabelos grisalhos esses caprichos artísticos de estilo, que talvez sejam para os finos cultores da estética o mais delicado matiz do livro? E será unicamente uma fantasia de colorista e adorno de forma, o relevo daquelas cenas, ou antes de tudo serve de contraste ao fino quilate de um caráter? Há efetivamente um heroísmo de virtude na altivez dessa mulher, que resiste a todas as seduções, aos impulsos da própria paixão, como ao arrebatamento dos sentidos. ALENCAR, José de. Senhora. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997, p. 17.
Considere as seguintes afirmações sobre o texto: I. Uma das chaves de compreensão do texto está nestas frases: “O suposto autor não passa rigorosamente de editor. É certo que tomando a si o encargo de corrigir a forma e dar-lhe um lavor literário, de algum modo apropria-se não a obra mas o livro. Em todo caso, encontram-se muitas vezes nestas páginas exuberâncias de linguagem e afoutezas de imaginação, a que já não se lança a pena sóbria e refletida do escritor sem ilusões e sem entusiasmos”. Revela-se aqui que José de Alencar reprova sutilmente o comportamento do verdadeiro autor da obra (que não é ele, e sim um anônimo) por este ter escrito de modo imperfeito o texto, deixando ao editor (que seria, de fato, José de Alencar) a tarefa de melhorá-lo. A carta ao leitor seria, desse modo, uma explicação das alterações feitas pelo editor.
II. O final da introdução, indiretamente, situa o conteúdo de Senhora no que Alencar denominou perfis de mulher, que são narrativas de retrato social do ambiente da corte e seus costumes, que se fixam nas descrições românticas, idealizadas e até inverossímeis de mulheres fortes e independentes, que vivenciam transformações que as “melhoram”.
III. A interpelação ao leitor feita no texto é uma jogada metalinguística convencional (muito comum no Romantismo), que quer forjar uma explicação plausível às ações do romance. Essa prática se consolidou na tradição folhetinesca e marca, na obra de Alencar, a sua forte relação – mantida de modo hábil em seus textos – com o gosto e as expectativas médias do público leitor.
Assinale: A) se apenas I e II estiverem corretas. B) se apenas II e III estiverem corretas. C) se todas estiverem corretas. D) se apenas I e III estiverem corretas. E) se apenas II estiver correta.
Questão 10 sobre as Gerações de Românticos: (UFBA–2010 / Adaptado)
O Lemos não estava a gosto; tinha perdido aquela jovialidade saltitante, que lhe dava um gracioso ar de pipoca. Na gravidade desusada dessa conferência, ele, homem experiente e sagaz, entrevia sérias complicações. Assim era todo ouvidos, atento às palavras da moça. — Tomei a liberdade de incomodá-lo, meu tio, para falar-lhe de objeto muito importante para mim. — Ah! muito importante?… repetiu o velho batendo a cabeça. — De meu casamento! disse Aurélia com a maior frieza e serenidade. […] — Já sei! Deseja que eu aponte alguém… Que eu lhe procure um noivo nas condições precisas… Ham!… É difícil… um sujeito no caso de pretender uma moça como você, Aurélia? Enfim há de se fazer a diligência! — Não precisa, meu tio. Já o achei! […] — Sr. Lemos, disse a moça pausadamente e transpassando com um olhar frio a vista perplexa do velho; completei dezenove anos; posso requerer um suplemento de idade mostrando que tenho capacidade para reger minha pessoa e bens; com maioria de razão obterei do Juiz de Órfãos, apesar de sua oposição, um alvará de licença para casar-me com quem eu quiser. Se estes argumentos jurídicos não lhe satisfazem, apresentar-lhe-ei um que me é pessoal. — Vamos a ver! acudiu o velho para quebrar o silêncio. — É a minha vontade. O senhor não sabe o que ela vale, mas juro-lhe que para a levar a efeito não se me dará de sacrificar a herança de meu avô. — É próprio da idade! São idéias que somente se têm aos dezenove anos; e isso mesmo já vai sendo raro. — Esquece que desses dezenove anos, dezoito os vivi na extrema pobreza e um no seio da riqueza para onde fui transportada de repente. Tenho as duas grandes lições do mundo: a da miséria e a da opulência. Conheci outrora o dinheiro como um tirano; hoje o conheço como um cativo submisso. Por conseguinte, devo ser mais velha do que o senhor que nunca foi nem tão pobre, como eu fui, nem tão rico, como eu sou. ALENCAR, José de. Ficção completa e outros escritos. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965. v. 1, p. 673-674. (Biblioteca Luso-Brasileira. Série Brasileira).
Em relação ao fragmento transcrito e considerando-se a leitura da obra, é CORRETO afirmar: 01. O diálogo entre Lemos e Aurélia revela a influência decisiva do dinheiro nas relações sociais do contexto evidenciado no romance.
02. A última fala de Aurélia antecipa, na trama romanesca, seu perfil prepotente, egoísta e manipulador.
04. Ao retrucar “Já sei! Deseja que eu aponte alguém… Que eu lhe aponte um noivo nas condições precisas…”, Lemos reage com coerência, tendo em vista a concepção do casamento como transação comercial na sociedade focalizada na narrativa.
08. A segurança dos argumentos utilizados por Aurélia para atingir seus objetivos atende à expectativa do seu tio.
16. Ao dizer “É a minha vontade”, Aurélia afirma a força subjetiva de seu desejo de vingança contra Seixas.
32. O conhecimento das normas vigentes nas operações jurídicas e comerciais era habitual nas ricas herdeiras da época.
64. Aurélia demonstra consciência da maturidade adquirida através de sua variada experiência de vida. Soma ( )
Doutorando em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Mestre em Genética e Biologia Molecular – UESC-BA
Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de Biologia e Química – FAEL
Licenciado em Ciências Biologias – IFMT/Campus Juína