Questão 01 sobre Coesão Textual: (ENEM – 2009)
Manuel Bandeira
Filho de engenheiro, Manuel Bandeira foi obrigado a abandonar os estudos de arquitetura por causa da tuberculose. Mas a iminência da morte não marcou de forma lúgubre sua obra, embora em seu humor lírico haja sempre um toque de funda melancolia, e na sua poesia haja sempre um certo toque de morbidez, até no erotismo. Tradutor de autores como Marcel Proust e William Shakespeare, esse nosso Manuel traduziu mesmo foi a nostalgia do paraíso cotidiano mal idealizado por nós, brasileiros, órfãos de um país imaginário, nossa Cocanha perdida, Pasárgada.
Descrever seu retrato em palavras é uma tarefa impossível, depois que ele mesmo já o fez tão
bem em versos.
Revista Língua Portuguesa, n° 40, fev. 20
A coesão do texto é construída principalmente a partir do (a):
a) repetição de palavras e expressões que entrelaçam as informações apresentadas no texto.
b) substituição de palavras por sinônimos como “lúgubre” e “morbidez”, “melancolia” e “nostalgia”.
c) emprego de pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos: “sua”, “seu”, “esse”, “nosso”, “ele”.
d) emprego de diversas conjunções subordinativas que articulam as orações e períodos que compõem o texto.
e) emprego de expressões que indicam sequência, progressividade, como “iminência”, “sempre”, “depois”.
Questões 02. (ENEM – 2005)
Leia os textos abaixo:
I – A situação de um trabalhador
Paulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$800,00. Desde então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas.
(O Globo, 20/07/2005.)
II – Uma interpretação sobre o acesso ao mercado de trabalho
Atualmente, a baixa qualificação da mão-de-obra é um dos responsáveis pelo desemprego no Brasil.
A relação que se estabelece entre a situação (I) e a interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em:
a) II explica I – Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao mercado de trabalho.
b) I reforça II – Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível superior.
c) I desmente II – O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.
d) II justifica I – O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com escolaridade de nível médio incompleto.
e) II complementa I – O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não correspondem a sua formação.
Questões 03 sobre Coesão Textual: (ENEM – 2004)
No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (…),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para estabelecer uma relação de consequência.
Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era fraco.”
b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu / chamava para o café.”
c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”
d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.”
e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
Questões 04. (ENEM-2001)
O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
a) oposição.
b) comparação.
c) conclusão.
d) alternância.
e) finalidade.
(Unisc-RS)
Utilize o texto para as próximas questões sobre Coesão Textual:
Dionisio Júlio Beskow, Gazeta do Sul, Opinião, p. 4, 11/05/2005 – adaptação
Competitividade e relações humanas
Vivemos um momento em que a sociedade está marcada pela competição, profundamente impregnada nas relações humanas. Trata-se de uma característica já de outras épocas, porém sentida com maior intensidade hoje, nas relações interpessoais, tornando-se parte da subjetividade social e dos mais variados comportamentos dos seres humanos.
A competitividade está no bojo da economia liberal. A ideia movedora desse princípio está na fé de que as pessoas, uma vez competindo entre si, estariam contribuindo para o desenvolvimento geral da sociedade. No entanto, a história tem demonstrado que ela acabou eliminando a própria concorrência, resultando em monopólios e oligopólios privados. O intento do liberalismo clássico era assegurar a competitividade para produzir “bons” efeitos sem a interferência do Estado. Mas, o modelo político e ideológico do neoliberalismo, a partir da década de 70, passou a exigir, através das reformas estruturais, a transformação do Estado em seu instrumento estimulador.
Isso nos autoriza a pensar que existe uma intenção sutil de promover a competição como uma variável positiva para a humanidade, deixando de ser apenas um conceito na economia para construir fluxos e comportamentos subjetivos nas pessoas, necessários a sua manutenção. Enfim, passa a ser o modo pelo qual nos subjetivamos e que retroalimenta nossa adesão às crenças econômicas neoliberais.
Muitas são as manifestações da competição em nosso meio. Elas estão presentes nas ações cotidianas, ajudando a modelar e ajustar as crianças desde cedo para “vencer na vida”; nas brincadeiras e jogos competitivos, em que “o importante é a vitória”; em festivais, gincanas, concursos, passando pelos programas de TV (Big Brother), e em todas as atividades que pressupõem a seleção de alguns para a necessária exclusão de outros, chegando, assim, ao mundo do trabalho e ao conjunto das relações interpessoais, em que o que importa é um “ser vencedor”, para demonstrar competência e afirmação diante dos outros.
Esses são exemplos visíveis e palpáveis. Entretanto, o neoliberalismo ainda se articula através dos mecanismos simbólicos e ideológicos sutis, que vão assumindo formas sofisticadas de violência, como a própria autodominação. As pessoas são invadidas por emoções como medo, ciúme, inveja, rancor e tendem a repetir comportamentos destrutivos e a pensar de forma autodestrutiva. Na dimensão ética, mutila a sensibilidade das pessoas frente ao sofrimento alheio, à morte, à violência, desumanizando-as; altera as noções de justiça, esconde as causas estruturais do processo e responsabiliza cada pessoa pelo seu fracasso. A lógica competitiva, ao dividir as pessoas em vencedores e vencidos, está criando seres angustiados, estressados, revoltados e deprimidos.
As alternativas de solução poderiam iniciar pelo dar-se conta de que a competitividade está presente nas nossas ações cotidianas, e refletir sobre o fato de ela não ser natural, mas construída e culturalmente desejada. Por fim, propor e tentar construir outro modo de convivência com as pessoas, ir para além do individual e da auto-ajuda. Não apenas pensar, mas agir como grupo. Substituir a competição estrutural pela cooperação que exige uma ação coletiva, que requer, por sua vez, outra educação e outra organização.
Questões 05 sobre Coesão Textual: Considerando a macroestrutura do texto, pode-se afirmar que o autor desenvolveu o tema na seguinte sequência de ideias:
I. – Introduziu o tema competitividade e delimitou o enfoque para o desenvolvimento.
II. – Conceituou o termo e descreveu a finalidade e o uso político do princípio da competitividade.
III. – Discutiu as manifestações da competitividade e seus benefícios para os indivíduos.
IV. – Apresentou as implicações e os resultados da competitividade nas relações humanas.
V. – Sugeriu alternativas de solução através de estratégias de ação coletiva.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa I está correta.
b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, IV e V estão corretas.
e) Somente as afirmativas I, II, IV e V estão corretas.
Questões 06. Com relação à temática do texto, é correto afirmar que:
I – o autor conduz a discussão de forma a demonstrar que a competição, inicialmente apresentada como variável positiva para a humanidade, é uma falsa ideia impregnada de mecanismos de sedução.
Muito bons os exercícios.
Seria bom apresentarem os textos de onde foram retiradas as questões.
Infelizmente os textos, às vezes, não trazem as referências originais, como negrito em determinadas palavras-chave, assim não há como entender corretamente as questões. Ainda assim, agradeço disponibilizar o material.
Olá, obrigado pelo aviso, organizamos alguns detalhes da lista. Se encontrar algum novo erro não deixe de comentar, farei o possível para corrigir.
muito bom o texto e as questoes, ajuda bastante para nosso aprendizado.
Gostei bastante, Temos que ter um pouco mais de atenção para entender o que esta sendo falando no texto
Muito bom e interessante, vou agora vou praticar bastante ksks
A coesão textual faz acordo entre as relações existentes no texto, possibilitado assim a criação de elos que favorecem a relação de sentido entre os textos
muito bom essas atividades é muito complexo também, muitos detalhes tambem
queria saber das respostas desses perguntas
Olá Nikson, o Gabarito está ao final da página.
top dms