Lista de Exercícios de Literatura sobre os Elementos da Poesia

Lista com 10 atividades de Língua Portuguesa sobre Elementos da Poesia para o ir bem no Enem, Vestibular e Concurso Público!

Elementos da poesia para Enem: (Enem–2004). instrução: As questões de números 01 e 02 referem-se ao poema a seguir.

Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
e preguntou pro guarani da mata virgem
― Sois cristão?
― Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
― Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
Oswald de Andrade


Questão 01 sobre Elementos da poesia para Enem: Esse texto apresenta uma versão humorística da formação do Brasil, mostrando-a como uma junção de elementos diferentes.

Considerando-se esse aspecto, é CORRETO afirmar que a visão apresentada pelo texto é:
A) ambígua, pois tanto aponta o caráter desconjuntado da formação nacional, quanto parece sugerir que esse processo, apesar de tudo, acaba bem.

B) inovadora, pois mostra que as três raças formadoras – portugueses, negros e índios – pouco contribuíram para a formação da identidade brasileira.

C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formação cristã do Brasil como causa da predominância de elementos primitivos e pagãos.

D) preconceituosa, pois critica tanto índios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu, vindo com as caravelas.

E) negativa, pois retrata a formação do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta de seriedade.


Questão 02. A polifonia, variedade de vozes, presente no poema, resulta da manifestação do:

A) poeta e do colonizador apenas.
B) colonizador e do negro apenas.
C) negro e do índio apenas.
D) colonizador, do poeta e do negro apenas.
E) poeta, do colonizador, do índio e do negro.


Questão 03 sobre Elementos da poesia para Enem: (FUVEST-SP–2010) Leia estas duas estrofes da conhecida canção “Asa-Branca”, de Luís Gonzaga e humberto Teixeira.

Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João,
eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação.
……………………………………
Quando o verde dos teus olhos
se espalhar na plantação,
eu te asseguro, não chores não, viu,
eu voltarei, viu, meu coração.

A) INDIQUE uma palavra ou expressão que possa substituir “Qual” (primeira estrofe), sem alterar o sentido do texto.

B) Na segunda estrofe, SUBSTITUA a palavra “viu” por outra que cumpra a mesma função comunicativa que ela tem no texto.

C) Nessas estrofes, os únicos recursos poéticos utilizados são rima e ritmo? JUSTIFIQUE sua resposta.


Questão 04. (Enem–2009)
Para o Mano Caetano
O que fazer do ouro de tolo
Quando um doce bardo brada a toda brida,
em velas pandas, suas esquisitas rimas?
Geografia de verdades, Guanabaras postiças
Saudades banguelas, tropicais preguiças?
A boca cheia de dentes
De um implacável sorriso
Morre a cada instante
Que devora a voz do morto, e com isso,
Ressuscita vampira, sem o menor aviso
[…]
e eu soy lobo-bolo? lobo-bolo
Tipo pra rimar com ouro de tolo?
Oh, Narciso Peixe Ornamental!
Tease me, tease me outra vez 1
Ou em banto baiano
Ou em português de Portugal
De Natal
[…]
Tease me (caçoe de mim, importune-me). LOBÃO. Disponível em: http://vagalume.uol.com.br. Acesso em: 14 ago. 2009 (Adaptação).

Na letra da canção apresentada, o compositor Lobão explora vários recursos da língua portuguesa, a fim de conseguir efeitos estéticos ou de sentido. Nessa letra, o autor explora o extrato sonoro do idioma e o uso de termos coloquiais na seguinte passagem:
A) “Quando um doce bardo brada a toda brida” (v. 2)
B) “Em velas pandas, suas esquisitas rimas?” (v. 3)
C) “Que devora a voz do morto” (v. 9)
D) “lobo-bolo/Tipo pra rimar com ouro de tolo? (v. 11-12)
E) “Tease me, tease me outra vez” (v. 14)


Questão 05 sobre Elementos da poesia para Enem: (Enem–2005)
dança e alma
A DANÇA? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado…
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.

A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é:
A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.

B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.

C) a manifestação do ser humano, formada por uma sequência de gestos, passos e movimentos desconcertados.

D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções, etc.

E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por consequência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.


Questão 06. U.E. Ponta Grossa-PR – A poesia romântica brasileira, em seus diversos momentos, apresenta como características:

01. escapismo e subjetivismo;
02. naturalismo e pitoresco;
04. nacionalismo e religiosidade;
08. socialismo e ilogismo;
16. imaginação criadora e amor à natureza.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.


Questão 07 sobre Elementos da poesia para Enem: U.E. Ponta Grossa-PR – “Se eu morresse amanhã”, com certeza, é um dos poemas mais lembrados de Álvares de Azevedo.

“Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! Que céu azul! Que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!”

Nele estão contemplados temas recorrentes em sua poesia e na estética romântica, como:
01. a exaltação de sentimentos pessoais, com desespero e pessimismo;
02. a análise crítica e científica dos fenômenos sociais brasileiros;
04. o desajustamento do indivíduo ao meio social, que conduz à dor, à aflição e à busca da solidão;
08. a valorização de elementos ligados à natureza, em poesia simples, pastoril, bucolicamente ingênua e inocente.
16. a morte como alívio para o “mal-do-século”.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.


Questão 08. UFGO – A poesia de Gonçalves Dias pode ser dividida em três grandes vertentes temáticas: a indianista, a saudosista e a lírico-amorosa. A produção poética desse autor pode ser caracterizada da seguinte forma:

( ) na poesia indianista, predomina uma sensibilidade plástica singular, moldada por um cenário natural tipicamente brasileiro, no qual está inserido o primeiro habitante do País, o índio, numa representação quase sempre épica.

( ) na poesia saudosista, o poeta demonstra acentuadas marcas do nacionalismo vigente no Romantismo, como a exaltação do pitoresco nacional, em que se sobressai o tratamento exótico da natureza tropical.

( ) na poesia lírico-amorosa, pode-se encontrar um ultraromantismo já convencional, detectado no sentimentalismo exagerado, que deforma os encantos da mulher amada, e em lamentos melodramáticos, provocados pelo sofrimento do amor irrealizado.

( ) em todas as vertentes da poesia de Gonçalves Dias, a natureza tem um caráter expressivo e dinâmico. Ela é o refúgio acolhedor e o ideal de evasão do eu-poético, estabelecendo, assim, uma interdependência entre paisagem e estado de alma.


Questão 09. U. F. Viçosa-MG – Leia atentamente os seguintes versos:

“Não faças versos sobre os acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 95s.

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma leitura correta do poema “Procura da poesia”, de Carlos Drummond de Andrade:
a) O autor defende um lirismo subjetivo, intensamente elaborado, preocupado em exaltar os mais nobres sentimentos humanos.

b) Segundo o poeta, a poesia não deve limitar-se a uma temática voltada para os simples acontecimentos da vida.

c) O autor defende a transcendência da poesia, superior à própria vida e à morte.

d) Para o autor, a poesia ultrapassa os limites do corpo e da própria vida cotidiana.

e) O poeta, em seu discurso metalinguístico, trata da essência da própria poesia.


Questão 10 sobre Elementos da poesia para Enem: UFBA

“Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando…
Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira…
Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo…
Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse…
Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena…”
PESSOA, Fernando. Obra poética. Poemas completos de Alberto Caeiro. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1992. p. 215.

Constitui característica da poesia de Caeiro comprovável no texto:
(01) Repúdio ao misticismo.
(02) Desejo de integração plena com a natureza.
(04) Valorização das sensações visuais.
(08) Percepção de fragmentos da realidade.
(16) Descompromisso com o futuro.
(32) Visão de mundo marcada pela simplicidade do existir tão-somente.
(64) Negação da interioridade das coisas.
Dê, como resposta, a soma das alternativas corretas.

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