Questão 01 sobre Textos Não Verbais: (PUCPR–2010) Leia o texto a seguir, depois analise as alternativas e indique a que for FALSA.
[…] Cânfora
Para se proteger da gripe A, algumas pessoas amarram saquinhos com cânfora no pescoço. A ação não oferece nenhuma proteção efetiva contra a nova gripe, diz a médica Ângela Maron, do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.
“Essa medida costumava ser utilizada durante a Gripe Espanhola, pelo fato de que, naquela época, ainda vigorava a teoria miasmática, pela qual se acreditava que a transmissão dos chamados miasmas (ar corrompido) ocorria em função do mau cheiro, e a cânfora, por assim possuir um aroma melhor, combatia a transmissão”, explica.
De acordo com a médica, a proteção efetiva contra a doença só se dará de fato pela vacina que, de acordo com o Ministério da Saúde, estará disponível no Brasil no próximo ano. Para evitar a contaminação pela nova gripe, medidas básicas devem ser adotadas, como lavar frequentemente as mãos com água e sabão; evitar tocar os olhos, boca e nariz; não compartilhar objetos de uso pessoal; cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar; manter os ambientes arejados; e evitar aglomerações.
GAZETA DO POVO, 18 set. 2009.
A) Mencionar o Ministério da Saúde, no último parágrafo, foi um dado desnecessário, visto que esta menção não acrescentou nada relevante à frase.
B) A citação literal das palavras de uma médica constituiu um bom recurso argumentativo, pois conferiu maior confiabilidade à informação apresentada no texto.
C) Associar o nome da profissional citada à instituição que ela representa é uma forma de garantir credibilidade, portanto, funciona como argumento de autoridade.
D) A explicação do termo miasmas, entre parênteses, revela a preocupação do autor com a clareza do texto para seus leitores.
E) O autor do texto optou pela forma verbal explica para se referir ao enunciado da médica. A escolha desse verbo revela a apreciação positiva do autor em relação ao conteúdo do enunciado da especialista.
Questão 02. UnB-DF
“Um grupo de alunos de uma escola de propaganda e marketing recebeu a tarefa de criar textos publicitários a partir de fragmentos de textos da literatura brasileira. Para isso, o grupo escolheu fragmentos que apresentam temáticas e enfoques diferenciados da realidade sociocultural, econômica ou política nacional, identificados abaixo.”
Fragmento I
Procuremos, porém, neste intricado caldeamento a miragem fugitiva de uma sub-raça, efêmera talvez. Inaptos para discriminar as nossas raças nascentes, acolhamo-nos ao nosso assunto. Definamos rapidamente os antecedentes históricos do jagunço.
Ante o que vimos a formação brasileira do norte é mui diversa da do sul. As circunstâncias históricas, em grande parte oriundas das circunstâncias físicas, originaram diferenças iniciais no enlace das raças, prolongando-as até ao nosso tempo.
A marcha do povoamento, do Maranhão à Bahia, revela-as.
CUNHA, Euclides da. Os sertões. In: Obra completa. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995. p. 162.
Fragmento II
“Quadrante que assim viemos, por esses lugares, que o nome não se soubesse. Até, até. A estrada de todos os cotovelos. Sertão, – se diz – o senhor querendo se procurar, nunca não encontra. De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem. Mas, aonde lá, era o sertão churro, o próprio, o mesmo. Ia fazendo receios, perfazendo indagação. Descemos por umas grotas, no meio de serras de parte-vento e suas mães árvores.”
ROSA, Guimarães. Grande sertão: veredas. Apud SANTOS, Volnir e Adão E. Carvalho. Literatura brasileira. 3ª ed. porto Alegre: Sulina. 1997. p. 158.
Fragmento III
“E se eu lhe disser que vossa História está toda escrita, em magnífico resumo, na face e nas vidas das gentes que hoje se acham no réveillon do Comercial? E se eu vos assegurar que neste clube se agita uma espécie de microcosmo do Rio Grande? (…) Ali estão dois representantes do clã pastoril, os senhores de terras e gados, muitos deles descendentes dos primeiros sesmeiros…”
VERÍSSIMO, Érico. O tempo e o vento. Apud Sergius Gonzaga. Manual de literatura brasileira, 5ª. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1989. p. 227.
Fragmento IV
“Agora estamos fartos de aventuras exóticas e mesmo de adjetivos clássicos e é possível dizer que este foi o último aventureiro exótico da planície. Um aventureiro que assistiu às notas de mil réis acenderem os charutos e confirmou de cabeça que a lenda requentou. Depois dele: o turismo multinacional.”
SOUZA, Márcio. Galvez, o imperador do Acre. 12ª ed. Rio de Janeiro: Marco Zero. 1984. p. 13.
Fragmento V
“E mais! Um país de povo alegre, festeiro, que dribla todas as dificuldades com o célebre jeitinho, um país feliz! E mais! Um povo que nunca enfrentou guerras, nem pestes, nem vulcões, nem terremotos, nem furacões, nem lutas fratricidas. E mais! Um povo que convive em amenidade e cortesia, um povo prestativo, de coração bondoso, em que todas as cores e raças se misturam livremente, pois desconhece o preconceito racial, visto que aqui o preconceito é econômico.”
RIBEIRO, João Ubaldo. Viva o povo brasileiro. Rio de Janeiro: Record. 1984. p. 626.
Em cada um dos itens seguintes, julgue se o(s) fragmento(s) acima poderia(m) subsidiar a elaboração de um texto publicitário com a temática apresentada abaixo.
– integração nacional, pela abertura de rodovias.
– divulgação de qualidades do país com vistas à atração de turistas para a festa de comemoração dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
– valorização das idiossincrasias regionais.
– lançamento de uma fábrica brasileira de cigarros.
a) Existem coisas que o dinheiro não compra. Mas a gente promete não falar delas. (Revista Forbes)
b) Espaço de sobra para esticar as pernas. Motor de sobra para esticar o pé. (Audi)
c) Chegou o Renault Clio Sedan. Quando mais longe for, melhor. (Renault)
d) Ele faz dois anos e nós a diferença. (Publicidade do Toyota Corolla feita pela Savoy Sul e Motors Shopping)
e) Para conquistar você cada vez mais, a Hertz não para de conquistar o Brasil. (Hertz – Locadora de Veículos)
O principal recurso expressivo utilizado nessa mensagem publicitária baseia-se num desvio semântico denominado
a) paradoxo.
b) metáfora.
c) hipérbole.
d) metonímia.
e) personificação.